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Betão extraído de vegetais é futuro na arquitetura

Parede em betão

Impacto ambiental causado pela indústria do cimento tem levado a um debate com arquitetos e pesquisadores de todo o mundo. Soluções encontradas têm novas tecnologias e bases biológicas.

É a tendência na área. Vários profissionais ligados à arquitetura têm pesquisado e avaliado o impacto do uso do betão [mistura de cimento, agregados grossos e finos e de água] na construção civil nas emissões de dióxido de carbono.

Para já, chegaram a algumas conclusões: o betão, segundo material mais utilizado na construção civil, contribui 6 por cento nas emissões de CO2 na atmosfera (é o segundo mais poluidor, a seguir à agricultura) e o futuro está em novas formas, e mais ecológicas, de criar o material.

De acordo com um artigo do arquiteto Niall Patrick Walsh, editor no site de arquitetura mais visitado do mundo ArchDaily, o betão tem sido o material mais utilizado na construção civil durante milhares de anos, devido ao seu baixo custo de produção, versatilidade, aplicação rápida e familiaridade com todos os envolvidos na indústria.

Por isso, mais de 22 biliões de toneladas de betão são despejadas todos os anos. À medida que o mercado da construção civil cresce no Sudeste Asiático e África subsariana, prevê-se que a produção em cimento tenha de aumentar em 25 por cento até 2030. No entanto, para cumprir o Acordo Climático de Paris de 2015, as emissões anuais resultantes da produção de cimento deverão ser reduzidas em 16 por cento até 2030.

E assim chegamos às novas tecnologias desenvolvidas para reduzir a proporção de cimento nas misturas de betão. Os pesquisadores do MIT empregaram um revolucionário método eletroquímico que anula as emissões de CO2. Pesquisadores da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, querem utilizar elementos extraídos de cenouras e outros vegetais. Outra tendência é o “betão biorecetivo”, desenvolvido por Sandra Manso-Blanco, que é um revestimento onde é possível incentivar o crescimento de musgos e líquens que podem absorver CO2 em grandes quantidades.

Uma das principais alternativas é o GFRC (Cimento Reforçado com Fibras de Vidro), constituído por uma argamassa de cimento, areia, fibra de vidro resistente e água. A plasticidade é das qualidades mais marcantes do material, que tem sido utilizado para executar as complexas formas da Igreja da Sagrada Família, de Gaudí, em Barcelona.

O principal desafio atual para os arquitetos passa por incorporar essas novas soluções nos projetos, já que a tendência dita que o betão perderá espaço para materiais mais sustentáveis.