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A nobreza do vinho com o encanto de Coimbra

Na terceira maior cidade do país há uma garrafeira com o que de melhor se produz em Portugal e além-fronteiras. Os jantares vínicos que organizam na Quinta das Lágrimas cumprem o mote de polo dinamizador do vinho como fator central da nossa cultura.

O nome Valdemar Simões esteve ligado à noite de Coimbra, uma vez que era um dos gerentes e coproprietários da discoteca ‘Scotch’, espaço de referência da cidade nas décadas de 80 e 90. Nessa altura já lidava de perto com vinhos, até que decidiu passar de mero apreciador e consumidor a profissional.

“A ideia surgiu porque no Porto e Lisboa tinham nascido negócios nesta área do vinho e parentes nobres, que são os acessórios, como o copo para correta degustação do vinho. Era um modelo de negócio relativamente novo”, contou o sócio- gerente da garrafeira Dom Vinho e Outros Parentes Nobres.

Estávamos em 1999 quando a ideia se materializou numa loja na rua Armando de Sousa, onde ainda hoje se encontra. “O ramo do vinho estava a sofrer uma pequena revolução. Poucos anos antes tinha surgido a ‘Revista de Vinhos’, havia crítica alargada de vinhos, novidades, novos produtores, enólogos e viticultores com formação”, lembrou Valdemar, que teve o apoio familiar nesta mudança de vida e de negócio.

Desde então muito aconteceu, até porque esta é uma “área muito dinâmica”, sendo que “todos os dias há novidades”. Aliando ao facto de agora haver “mais pessoas com mais conhecimento de vinho, o que requer também uma especialização maior por parte de quem está ao balcão”, é essencial que Valdemar Simões e a sua funcionária, que trabalha no atendimento ao público, estejam sempre atualizados.

Na garrafeira Dom Vinho há uma vasta seleção de vinhos e destilados nacionais e estrangeiros; vinhos do Porto; champanhes; sortido de garrafas de tamanhos especiais; variedade de copos; decanters; demais acessórios e embalagens especiais para oferta, além de artigos de mercearia fina, como azeites, compotas artesanais, chocolates e queijos, especialmente para o Natal.

“É uma matéria muito vasta. Procuro estar o melhor informado possível e que a minha equipa também o esteja. Acabamos por nos focar naquilo que comercialmente tem mais interesse, o que o cliente procura”, explicou. Isso passa também por organizar semanas de vinho, onde há sempre “boas relações qualidade-preço”, e jantares vínicos, divulgados entre clientes e interessados, com lotação limitada, que decorrem sempre na nobríssima Quinta das Lágrimas.

“Em dezembro teremos o 83.o jantar vínico. É um momento de desfrute das condições ideais para vinho: a acompanhar a comida. A comida é desenhada pelo chef em função desses vinhos”, frisou, acrescentando que os jantares vínicos “pretendem cumprir esse desejo de relevar o vinho como fator central da cultura mediterrânea e portuguesa, económica e culturalmente falando”.

Em 2004 a Dom Vinho foi distinguida com o prémio de ‘Garrafeira do Ano’, atribuído pela ‘Revista de Vinhos’. “Fomos a primeira garrafeira fora de Lisboa e do Porto a receber esse prémio. É uma distinção importante”.

Desde 2009, ano em que abriram a loja online, vendem não só em todo o território nacional como também na Europa, com destaque para França e Alemanha. Quanto ao Natal, época sempre agitada na loja, a tendência costuma ser oferecer vinho ou então um cabaz cliente, particular ou empresarial.