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Descubra como a COVID-19 está agitar a indústria pornográfica

Não é exagero dizer que a COVID-19 está a mudar o mundo, os nossos hábitos e a nossa forma de viver. O surto do novo coronavírus veio agitar a nossa sociedade em todos os seus segmentos e a indústria pornográfica não é exceção. Esta forma “alternativa” de sétima arte é cada vez mais consumida por quem está de quarentena e as estatísticas indicam que não é apenas a Netflix e a HBO que tem despertado a atenção das pessoas, nesta fase de isolamento social.

COVID-19 podia perfeitamente ser o nome artístico de uma estrela em ascensão nesta industria, apreciada por muitos, discriminada por muitos mais. Mas trata-se do nome cientifico do novo coronavírus, que se alastra por todo o planeta, causando cada vez mais contágios e vítimas mortais, ao ponto de obrigar a sociedade a entrar numa fase de distância e isolamento social. Se estarmos distantes das pessoas alterna a nossa rotina, a nossa capacidade de socialização, o mesmo se passa em relação à nossa vida sexual. E o mundo pornográfico rapidamente se tornou numa evidência dessas mesmas alterações.

Justin J Lehmiller, especialista na área do sexo, num artigo publicado no site Psychology Today, indicou que a pandemia alterou não só a quantidade de pornografia produzida, como a consumida e a própria diversidade dos conteúdos em si. Um exemplo que ajuda a justificar a situação é o caso do PornHub, que de acordo com o website, o número de visitas aumentou de forma exponencial desde o início do surto. Durante o mês de março o número de visitas ao site atingiu valores históricos, ao ponto do PornHub disponibilizar os seus conteúdos privilegiados gratuitamente em Itália, França e Espanha, que normalmente são pagos por assinatura. Esta estratégia levou a um aumento de visualizações em 57%, 38% e 61% em cada um destes países, por esta ordem.

Uma justificação interessante referida no artigo de Lehmiller para o aumento do consumo de pornografia, aponta para o campo da psicologia, considerando que algumas pessoas podem estar a usar o sexo como mecanismo “para lidar com o medo do contágio e da morte”. Um dado curioso também mencionado no artigo prende-se com o aumento da palavra COVID-19 no botão de pesquisa do PornHub. O especialista reporta que “ a resposta é semelhante à razão pela qual as pessoas também tendem a procurar pornografia de férias durante todo o ano: reflete a nossa necessidade constante de novidade sexual e a capacidade dos humanos de encontrar fetiche em praticamente tudo”, comparando com situações como o natal, dia dos namorados ou dia das bruxas.

A erotização do medo é uma realidade e é o que pode estar acontecer neste momento sensível para a humanidade, uma vez que “emoções fortes” podem muitas vezes ser confundidas com “atração sexual”. O especialista garante que estados relacionados com o medo, ampliam a excitação e a atração sexual e que os equipamentos utilizados por profissionais de saúde que vemos na televisão podem facilmente se tornar em objetos fetiche por pessoas que entram neste estado psicológico.

“A erotização do medo é uma realidade e é o que pode estar acontecer neste momento sensível para a humanidade”

Importa salientar que apesar do aumento do “apetite” das pessoas por conteúdos pornográficos, o novo coronavírus tem provocado efeitos negativos na indústria de entretenimento para adultos, à semelhança do que acontece em praticamente todos os setores de atividade. Atores e produtores pararam várias gravações, receando contágio do vírus e é estimado que apesar do crescimento da procura, existam quebras financeiras no setor já a curto prazo.