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Gangues sobrepõem-se a Bolsonaro e fecham favelas

O presidente do Brasil pediu estes dias o fim do confinamento em massa, no entanto quase todos os governadores ignoraram o pedido e nas favelas quem impõem a ordem são os gangues.

Na Cidade de Deus, uma das mais famosas favelas do Rio de Janeiro, quem impõe a ordem é o Comando Vermelho. Desde o primeiro caso positivo da COVID-19 na favela, foram impostas regras com a força com que costumam ser impostas para os negócios obscuros. O aviso é claro: quem falhar será castigado. E justificado: numa favela, onde a densidade populacional e a falta de condições sanitárias são uma realidade, não se pode excluir o cenário de uma tragédia.

“Iremos fazer toque de recolher porque ninguém está levando a sério (a pandemia). Quem estiver na rua de sacanagem ou batendo perna vai receber um corretivo e vai ficar de exemplo. É melhor ficar em casa de molho. O recado já foi dado”. Estas foram, segundo o jornal local Extra, as palavras ouvidas por todos os moradores nas favelas do Rio de Janeiro. “Os traficantes estão a fazer isto porque o Governo está ausente”, explicava um habitante ao jornal The Guardian. Num cenário nunca antes imaginado, são os gangues que, numa atitude prevenção, distribuem sabão nas bicas de água das favelas.

Também vários governantes de outros estados do Brasil já fizeram saber que vão ignorar o apelo ao fim do confinamento em massa pedido pelo chefe de Estado. O próprio Hamilton Mourão, vice-presidente, corrige Bolsonaro e avança: “A posição do nosso Governo, por enquanto, é uma só: o isolamento e o distanciamento social”.