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Pico da COVID-19 não deverá acontecer antes de maio

A Direção-Geral de Saúde e o Ministério da Saúde realizaram esta sexta-feira a conferência de imprensa habitual, para reportar o estado da situação, admitindo que ainda não há uma data que determine o final do pico da pandemia, mas que não deverá acontecer antes de maio.

De acordo com os dados do boletim epidemiológico do dia de hoje, existem 4.268 infetados com o novo coronavírus em Portugal e de acordo com António Sales, 80% dos doentes estão de quarentena em casa, sem necessidade, para já, de cuidados hospitalares. O secretário de estado da Saúde indica ainda que “a “nossa maior arma continua a ser o isolamento social” e que nesta fase da epidemia, a mitigação, devemos “concentrar esforços em respostas diferenciadas. Temos de garantir que quem cuida tem condições de segurança”. Dessa forma será prioritário proceder à “testagem não só em profissionais de saúde como em forças de segurança, profissionais que trabalhem lares e outras populações de risco”.

António Sales considerou ainda os “reclusos, a população sem-abrigo, os doentes crónicos, as vítimas de violência doméstica” como os mais expostos ao vírus e menos protegidos, dessa forma as autoridades de saúde estão a tomar de medidas para que sejam feitas testagem em pessoas vítimas de violência, antes destas serem acolhidas em abrigos. No sistema prisional, por sua vez “houve uma suspensão precoce de visitas, de transferência de reclusos, isolamento no caso entrada de novos reclusos”.

Entretanto chegaram a Portugal 4,6 milhões de máscaras cirúrgicas e outros equipamentos de proteção que deverão chegar aos profissionais de saúde. 4.500 médicos responderam ao apelo da Ordem e vão reforçar o Serviço Nacional de Saúde, uma boa notícia numa altura em que a taxa de mortalidade do vírus em Portugal é de 1,7 por cento, onde dessa fatia 80 por cento são pessoas com mais de 70 anos.

Sem ainda ter uma data concreta que aponte o pico da crise, Graça Freitas, diretora da Direção-Geral de Saúde explicou que “Apesar de tudo, há uma tendência para termos retardado um bocadinho a velocidade com que a curva está a subir”. Dessa forma, a diretora não acredita que antes de maio, a crise tenha atingido o seu pico. “Neste momento, tudo indica que o período será diferido para mais tarde, nunca antes do mês de maio. Também já temos a indicação dos nossos matemáticos, que o pico não será um momento instantâneo no tempo. Será um planalto de algumas semanas, até porque nós já sabemos que esta doença dura muito tempo. Não vamos chegar ao dia ‘x’ e começamos logo a descer”, reforçou.

Com o retardar da subida da curva, o pico será atrasado, sendo que as próximas previsões, “valem o que vale” segundo Graça Freitas.