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Twitter e OMS na oposição a Bolsonaro na pandemia

Os vídeos de Bolsonaro na rede social Twitter foram apagados. A plataforma lembrou que está a excluir mensagens “contra informações de saúde pública direcionadas por fontes oficiais” que possam “colocar as pessoas em maior risco de transmitir a Covid-19”.

Dois vídeos publicados no perfil oficial do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sobre a visita que fez este domingo a vários pontos de Brasília foram bloqueados no Twitter, por contrariarem as recomendações sanitárias para conter o novo coronavírus.

“Este ‘tweet’ não está mais disponível porque violou as regras do Twitter”, é a nova mensagem que se pode ler na conta do perfil do Presidente. Nos dois vídeos apagados, Bolsonaro defendia o fim das medidas de contenção em vigor em muitos estados do país e o uso de cloroquina no tratamento da doença, apesar da eficácia do medicamento ainda não estar comprovada.

O primeiro dos vídeos bloqueados foi em Taguatinga, uma das cidades satélites da capital brasileira, no qual se via Bolsonaro a conversar com um vendedor ambulante.“Eu conversei com as pessoas e elas querem trabalhar. É o que eu disse desde o início. Vamos tomar cuidado, com mais de 65 [anos] deve ficar em casa”, disse o governante.

No segundo vídeo, num supermercado, volta a motivar aglomerações, critica as medidas de isolamento e diz aos jornalistas que “o país fica imune quando 60, 70% forem infetados” e que um medicamento contra o novo coronavírus “já é uma realidade”.

Em nota enviada aos meios de comunicação locais, o Twitter lembrou que passou a incluir nos seus critérios de exclusão mensagens que fossem “contra informações de saúde pública direcionadas por fontes oficiais e que poderiam colocar as pessoas em maior risco de transmitir a Covid-19”.

Luiz Henrique Mandetta, ministro da saúde do Brasil, já reiterou a necessidade de isolamento social para evitar o avanço da doença. No entanto, foi contrariado por Jair Bolsonaro, que ignorou as recomendações sanitárias de quarentena e passeou pelas localidades de Ceilândia, Sobradinho e Taguatinga, na área metropolitana de Brasília.

As visitas surpresa, que não constavam da agenda oficial, aconteceram também após várias críticas de Bolsonaro à forma como diversos estados, nomeadamente São Paulo, têm reagido à pandemia.

Nesta segunda-feira os números indicam que o Brasil tem já 4256 infetados e 136 vitimas mortais a lamentar.