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Alberto Rocha: “Um importante contributo para a riqueza arquitetónica do país”

Alberto Rocha é uma empresa familiar ligada à terra e ao meio ambiente procurando desde sempre manter o equilíbrio sustentável entre as atividades que desenvolve, a produção de azeite e o fabrico de cerâmica artesanal. Os segredos e saberes dos Ladrilhos Santa Catarina representam uma tradição muito portuguesa e na Alberto Rocha esta tradição alia-se ao conforto e à estética, através de um conjunto de saberes passados do pai para os filhos.

Cheira a terra e a suor em Santa Catarina da Fonte do Bispo, no concelho de Tavira. A labuta começa cedo, é o início de um processo que contribui para a preservação de tradições e do património português, tudo começa naquele momento.

Em conversa com a IN, Elisabete Rocha, atualmente à frente da cerâmica, abordou alguns dos aspetos diferenciadores da empresa e dos seus produtos. Depois de traçar o seu próprio caminho profissional, decidiu voltar às suas origens e juntar-se ao seu pai, e mentor, que com 83 anos ainda dirige a produção e é o seu grande apoio na gestão da empresa.

Elisabete Rocha

“A cerâmica artesanal Santa Catarina é um produto que está na moda. Desde a arquitetura vernacular à arquitetura mais moderna, os projetistas procuram o encontro com a natureza e com o conforto que este revestimento intemporal oferece”.

“A cerâmica Alberto Rocha distingue-se pela qualidade dos seus barros, a exigência, em todas as fases do processo de fabrico, e na larga experiência e zelo dos nossos trabalhadores a par da atenção que dispensamos aos clientes.” refere Elisabete.

 A argila, vulgarmente conhecida por barro, é extraída de barreiros próprios, que ficam dentro do espaço industrial. Depois de moído num grão muito fino e adicionada uma certa quantidade de água o barro converte-se numa pasta plástica que é moldada em ladrilhos de diferentes tamanhos, telhas e tijolo que vão a endurecer nos fornos, a altas temperaturas, perpetuando as suas formas. Nesse longo processo, “a energia consumida nos fornos é 100 por cento biomassa, sendo o bagaço de azeitona o principal combustível utilizado. Este subproduto do azeite é fornecido pelo lagar que está na família há mais de 100 anos, tornando assim um processo autossustentável”, sublinha Elisabete Rocha.

À indústria da cerâmica, a empresa alia a produção de azeite. O lagar centenário, fundado em 1913 por Manuel Belchior Pereira, é o ponto de chegada das azeitonas dos tradicionais olivais de sequeiro que habitam o sotavento Algarvio e ali se transformam num azeite peculiar: “O azeite Lagar Santa Catarina é distintivo, é um azeite doce proveniente principalmente das variedades de azeitona Maçanilha Algarvia e Galega”, destaca Elisabete Rocha.

A evolução e o investimento têm sido constantes, estando hoje equipado com a mais moderna tecnologia em lagares, desde a receção, à extração, ao armazenamento e ao embalamento do azeite. “Desde há um ano o lagar passou para a gestão do meu irmão, sendo a comercialização do azeite feita pela empresa Renato Rocha Unipessoal, que detém a marca Lagar Santa Catarina”.

O azeite e a cerâmica artesanal, produtos intrinsecamente ligados à arquitetura e à dieta mediterrânica, constituem motivo de grande orgulho para todos os algarvios.