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Investigadores da UTAD criam dispositivo que deteta COVID-19 em 20 minutos

Foto: Site da UTAD
O protótipo de um biossensor está a ser ultimado por equipa da universidade de Trás-os-Montes e promete ser “fácil e barato” na deteção do novo coronavírus. Em 20 minutos dá o resultado.

Um dispositivo portátil, que permite fazer a deteção da COVID-19 em cerca de 20 minutos. É esta a ‘promessa’ de um grupo de investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) que está a ultimar o protótipo de um biossensor com esse fim.

O anúncio foi feito a 20 de agosto à agência ‘Lusa’. Segundo explicou a investigadora da UTAD Paula Martins-Lopes, o biossensor permitirá fazer um “rastreio quase de imediato”, apontando ainda que é “fácil de utilizar e barato”. “O que significa que não temos de aguardar nem quatro, cinco horas para ter uma resposta e pode ser aplicado em diversas situações. Estaremos a fazer um controlo no imediato”, acrescentou a responsável.

De acordo com a universidade, este sistema será mais rápido do que a tecnologia atualmente disponível para deteção de SARS-CoV-2, ou seja, serão necessários aproximadamente 20 minutos desde recolha da amostra à deteção, será mais barato do que os testes PCR (Polymerase Chain Reaction) e não requer pessoal especializado.

Pode ainda ser replicado e implementado em diversas instituições, permitindo monitorizar em tempo real a população numa situação real e em futuros surtos.

Este dispositivo está baseado numa patente internacional do grupo da UTAD, recentemente aprovada, e que corresponde a um método utilizado para a deteção de variedades de castas que estão dentro dos vinhos. “Estamos a desenvolver há muitos anos este trabalho de autenticidade dos vinhos e, com base no conhecimento que fomos adquirindo, conseguimos transpor para esta situação que é emergente”, explicou a investigadora.

Paula Martins-Lopes disse ainda que, para a conclusão do dispositivo, se aguarda a chegada de componentes, alguns deles encomendados em maio nos Estados Unidos da América (EUA). O projeto, que está em desenvolvimento nos distritos de Vila Real e do Porto, foi selecionado para o prémio Manuel António da Mota.

A investigação envolve a UTAD, com alguns elementos do seu centro de testagem COVID-19; a REQUIMTE (Rede de Química e Tecnologia); o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP); o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto; o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS); o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes Alto Douro e o Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira.