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Semana de quatro dias de trabalho é a solução, defende sindicato

Foto: Unsplash.com

Trabalhar durante quatro dias numa semana é uma forma de salvar empregos na indústria, especialmente numa altura de pandemia. Este modelo de trabalho vai ser apoiado por um dos maiores sindicatos alemães.

O objetivo é claro. “A semana de quatro dias poderá ajudar a manter os empregos na indústria em vez de os destruir”, explicou Jörg Hofmann, líder do IG Metall, um dos maiores sindicatos alemães.

O sindicalista admitiu, numa entrevista publicada no ‘Süddeutsche Zeitung’ e citada pela agência ‘Reuters’, que o sindicato irá apoiar a transição do país para um novo modelo de organização do trabalho: a semana de quatro dias.

O líder daquele que é um dos maiores sindicatos da Alemanha, agregando mais de dois milhões de profissionais das indústrias ligadas à metalurgia e eletricidade, admite que a redução da semana de trabalho permitiria manter o emprego, sobretudo em setores onde ele está fortemente ameaçado, como o da indústria automóvel.

No segundo trimestre do ano, a pandemia provocou uma contração de 10,7% na economia alemã. Em termos homólogos a quebra é superior a 11,7%. Segundo dados oficiais, mais de 300 mil empregos nos setores da metalurgia e eletricidade na Alemanha estão ameaçados como consequência da crise económica gerada pela pandemia.

Além disso, a indústria automóvel tem visto a sofrer uma mudança estrutural, por exemplo com a aposta cada vez maior na produção de veículos elétricos.

Jörg Hofmann deixa o alerta de que a redução da semana de trabalho não deve implicar cortes proporcionais nos salários. O consenso deve imperar, disse, já que as empresas têm vantagem em optar pela redução de horário em vez do lay-off, uma vez que, além de conseguirem reter um maior número de trabalhadores qualificados, reduzem custos.

A semana de quatro horas de trabalho tem sido discutido por especialistas em gestão, mas esta foi a primeira vez que foi assumida em contexto COVID-19.