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AMIBA – Associação dos Criadores de Bovinos de Raça Barrosã – A ‘casa-mãe’ das raças autóctones

A AMIBA foi fundada a 23 de março de 1990, para proteger a raça bovina Barrosã da extinção e defender os seus criadores. Posteriormente tornou-se numa associação abrangente de defesa e promoção do património genético pecuário, gerindo atualmente os livros genealógicos de 7 raças nacionais.

No final de 1989, alertados pela diminuição do efetivo bovino barrosão e pela falta de uma organização que regulamentasse a criação, o desenvolvimento e a comercialização desta raça, um grupo de criadores de bovinos barrosões iniciou o processo de constituição de uma associação de criadores – a AMIBA.

Em março de 1993, através da celebração de protocolo com a Direção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho (draedm) e a Direção Geral da Pecuária (dgp), recebeu a responsabilidade da gestão do livro genealógico da raça Barrosã e da execução do respetivo plano de melhoramento animal.

Raça Barrosã

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Referência emblemática da bovinicultura portuguesa, a raça Barrosã, distingue-se de todas as outras pela lira alta da sua cornamenta, a sua harmonia de formas e pela famosa e inigualável carne que produz.

As juntas de bois (os tratores dos agricultores), no final da sua vida de trabalho, eram vendidas para Inglaterra (juntamente com o vinho do Porto), onde se transformavam no deleite dos Reis dos séculos 18 e 19. Atualmente, fruto do rigoroso controlo com que é criada, selecionada e comercializada, está à disposição de todos os consumidores, através da marca da Cooperativa Agrícola de Boticas [CAPOLIB]: “Carne Barrosã – DOP” Denominação de Origem Protegida.

O planalto do Barroso deu-lhe o nome, mas foi no Minho que se expandiu até atingir mais de 200.000 animais (cerca de metade dos quais para trabalho) no século 18. Nos nossos dias, há cerca de 7.000 fêmeas reprodutoras, criadas por 1.500 aderentes ao livro genealógico da raça Barrosã, localizados principalmente no Noroeste de Portugal (Minho e Barroso).

É uma raça de beleza incomparável, de tamanho mediano, criada “à mão” nas regiões de minifúndio.

Raça Bordaleira de Entre Douro e Minho

Facebook: Eira Vedra

No decurso dos trabalhos de conservação e melhoramento genético da raça Barrosã, verificou-se que alguns criadores complementavam a exploração de bovinos com a criação de ovinos. A inexistência de uma entidade que zelasse pela conservação e promoção desta raça de ovelhas, levou a AMIBA, em 1998, a apresentar um Plano para a caracterização e inventariação de ovinos desta região, do qual resultou o reconhecimento, em 2001, da raça Bordaleira de Entre Douro e Minho nas suas 2 variedades: Várzea (de campo ou meirinha) e Churra (do monte ou galega), entretanto individualizadas.

A Raça Bordaleira de Entre Douro e Minho, de tamanho médio, com lã bordaleira (intermédia entre merina e churra), é criada em pequenas unidades agrícolas, normalmente para autoconsumo, constituindo-se em pequenos rebanhos que são explorados como complemento dos bovinos, que pastoreando em conjunto, permitem um maior aproveitamento das disponibilidades forrageiras e uma rentabilização dos excedentes.

Raça Churra do Minho

A raça churra, mais pequena, de lã grosseira (lã churra), criada em grandes rebanhos ou em “vezeira” (guardadas à vez de acordo com o número de animais de cada proprietário), em zonas de alta montanha, é a raça de ovelhas mais pequena de Portugal.

Galinhas autóctones portuguesas

É no Noroeste de Portugal continental que as raças de galinhas autóctones têm o seu solar, sendo criadas em sistemas produtivos complementares a outras atividades agrícolas, considerando a produção de carne e ovos como subprodutos da exploração, primordialmente para autoconsumo. De uma forma indireta, estas pequenas explorações familiares tiveram um papel importante impedindo a total extinção destas raças.

Pedrês Portuguesa

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A raça Pedrês Portuguesa conquistou, desde sempre, a admiração das gentes da região norte de Portugal, não somente pela graciosidade da sua plumagem como também pela sua vitalidade, rusticidade, resistência a doenças e fatores ambientais adversos. Prova disso, são alguns provérbios antigos que o povo utiliza para exaltar a qualidade destas aves, como “Galinha Pedrês vale por três”, ou “Galinha pedrês, não a mates nem a dês”.

Preta Lusitânica

A raça Preta Lusitânica é muito estimada e apreciada pela qualidade e delicadeza da sua carne, pela sua notável aptidão como poedeira e chocadeira e pela sobriedade e elegância da sua plumagem negra.

Embora a conservação das raças tenha como base a sua utilidade, a vertente cultural teve e tem um papel determinante na existência e conservação das mesmas. Neste sentido a raça preta, raça mais antiga, sempre esteve ligada a práticas de bruxaria, ocultismo e à proteção contra o mau-olhado. Ainda hoje é prática corrente e atual que animais desta raça sejam usados para afugentar os maus espíritos quando se habita uma casa pela primeira vez.

Amarela

A galinha amarela ou galinha minhota, assim chamada pela coloração amarelada da sua plumagem e ser proveniente das regiões minhotas, utilizada no passado em praticamente todo o território nacional, sofreu uma grande regressão no século passado causada fundamentalmente por revolução a nível social, económico e de hábitos alimentares.

A utilização desta raça em modo de produção tradicional tem vindo a crescer e a expandir-se para além do seu solar, mas continua relacionada com sistemas agrícolas de subsistência.

Branca

Os exemplares desta raça chamam a atenção por estarem revestidos de uma plumagem totalmente branca, viva e brilhante em galos e galinhas, realçando-se a coloração avermelhada da epiderme do pescoço, da face nua, crista aurículas e barbilhões, a iris alaranjada e o amarelo dos tarsos desprovidos de penas. Esta raça de galinhas, lembrada no seu solar como as “Galinhas de Pescoço Pelado”, é a que apresenta a situação mais preocupante no que diz respeito ao perigo de extinção.

A AMIBA estuda, promove e divulga o património genético das raças autóctones e apoia os seus criadores, guardiões de conhecimentos ancestrais, que conservam usos e costumes, tradições e folclore, paisagem e sabores, que teimam em resistir nos territórios montanhosos do Norte de Portugal.

http://www.amiba.pt/