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Raça Frísia, as melhores vacas para a produção de leite

A Associação Portuguesa de Criadores de Raça Frísia (APCRF) foi fundada em 1973 por um grupo de criadores de bovinos de Raça Frisa, tendo como objetivo a defesa dos interesses dos produtores de leite.

É uma das raças bovinas mais reconhecidas por todo o globo, esteticamente distintas pelas suas manchas, a Raça Frísia é uma das principais produtoras de leite no mundo.

Em Portugal esta raça é representada pela APCRF e é a organização reconhecida e representante dos criadores na Confederação Europeia da Raça Holstein Frísia. Com a finalidade de assegurar o melhoramento da raça Frísia e o apoio à produção de leite, a Associação promove várias ações. Desde 1991, dispõe de um departamento composto por técnicos de formação superior com o intuito de prestar assistência técnica aos produtores associados.

Esta Associação é a entidade recetora do sistema nacional de registo de bovinos (SNIRB) e organiza o Concurso Nacional da raça Holstein Frísia, para além disso apoia e colabora na realização de vários concursos regionais. Promove leilões de animais de raça Frísia e realiza colóquios para esclarecimento de vários assuntos de interesse sobre a raça. A APCRF participa em diversas Comissões Consultivas e grupos de reflexão onde são debatidos, discutidos e decididos alguns aspetos relativos ao sector, nomeadamente no que relaciona com quotas leiteiras.

A APCRF é também a entidade responsável pelo livro genealógico da raça que tem por fim assegurar a pureza da raça, concorrer para o seu progresso zootécnico e favorecer a criação e difusão de bons reprodutores. Para além de servir como um autêntico bilhete de identidade, nele são inscritos todos os dados relacionados com as genealogias, classificações morfológicas e produções de todos os animais da raça Holstein – Frísia. Dessa forma, utilizando estes dados, o livro genealógico serve para definir um cadastro produtivo da produção de leite. Em cooperação com a Universidade do Porto e da UTAD a APCRF faz uma avaliação genética, para analisar os machos que podem vir a ter as melhores crias.

Características da Raça

A raça Holstein Frísia também conhecida em Portugal como turina, é uma raça de elevada estatura, facilmente identificada pelo padrão malhado que estes animais apresentam.

A raça Holstein-Frísia é atualmente a raça dominante na Europa. O antepassado mais antigo reconhecido desta raça, seria o gado criado há mais de 2000 anos pelas tribos germânicas que habitavam a região que ocupa a atual Holanda. Esta região manteve aliás a tradição de criação de gado, e produtos derivados do leite até à atualidade, podendo-se encontrar registos de gado com as características da Holstein-Frísia, a chamada tipo – ‘Holandês’, durante o século XVI e XVII. Esta tornou-se oficialmente reconhecida em 1872 com a publicação do seu primeiro livro genealógico nos Estados Unidos.

O grande desenvolvimento genético destes animais iniciou-se no século XIX, na América do Norte, onde começou o desenvolvimento da raça Holstein Americana. A raça permaneceu durante alguns anos na América do Norte, ou seja, até à introdução de novas tecnologias reprodutivas (inseminação artificial (IA), congelação de sémen). Com o melhoramento do desenvolvimento genético esta raça passou a ser a escolha predominante, no Estados Unidos da América, para a produção de leite. No começo dos anos 70, iniciou-se então a exportação em larga escala para países da EU como a Itália, Holanda, Alemanha, França e posteriormente para Portugal também. A exportação inicial foi essencialmente de animais vivos, seguindo-se a exportação pelo sémen e embriões para a reprodução melhorada da raça.

Enquanto nos EUA, o melhoramento da raça incidiu sobre a produção de leite, na Europa, a orientação foi para animais de aptidão mista, leite e carne, mo entanto hoje é utilizada na sua maioria na indústria leiteira.

Características morfológicas e produtivas

Os animais desta raça possuem uma morfologia nitidamente de aptidão leiteira, facilmente observada no grande desenvolvimento do sistema mamário. Apresentam úbere volumoso de boa qualidade e ligamentos fortes; com tetos finos, simétricos e direitos; veias mamárias muito volumosas e sinuosas que possibilitam grande fluxo de sangue necessário à produção de leite. Este é ainda constituído por pele macia e fina, coberta de pelos sedosos e curtos.

A APCRF refere que esta raça tem uma capacidade corporal que lhe permite consumir elevadas quantidades de forragem e valorizá-la. É um animal precoce de grande corpulência, pode atingir 154 cm de altura à garupa e chegar a pesar entre os 600 e os 700 kg.

A HF pode apresentar malhas pretas e brancas ou em alguns casos vermelhas e brancas, cabeça moderadamente comprida, olhos bem aflorados e o focinho largo com narinas bem abertas. O pescoço é longo e fino, com barbela pequena, o peito largo com grande capacidade circulatória e respiratória e as costelas arqueadas e profundas. A garupa é larga, plana, e comprida com os ossos ilíacos bastante salientes. Os membros posteriores devem ser corretamente aprumados, com contornos moderadamente descarnados, o ângulo dos seis curvilhões moderado, a quartela forte e os pés com ângulo inclinado e talão vertical, deve também apresentar boa locomoção.

A raça nacional para a produção de leite

A expansão da raça em Portugal acompanhou a evolução do consumo de leite no nosso país, estando a produção de leite assente essencialmente em animais desta raça. O Livro Genealógico Português da Raça Bovina Frísia foi instituído em 1959, enquanto o contraste leiteiro se iniciou de forma organizada em 1960.

O aumento do nível de vida dos portugueses a partir dos anos sessenta, bem como a melhoria das condições higieno-sanitárias na produção e transformação do leite e seus derivados, fez disparar o consumo de leite no nosso país. A acompanhar este incremento na produção e consumo de leite, o número de animais Frísios também aumentou, substituindo nalguns casos as raças autóctones tradicionalmente utilizadas para a produção de leite, e disseminando-se por todo o território nacional, estendendo-se mesmo a regiões que tradicionalmente não eram consideradas como de produção bovina leiteira.

Nos últimos trinta anos, além do aumento do efetivo frísio, deu-se também uma evolução genética sem precedentes da raça com a designada ‘holsteinização’ dos efetivos nacionais, fruto da introdução de novas tecnologias como a inseminação artificial nos anos 70 e mais recentemente com os transplantes de embriões. O melhoramento genético foi fundamental para a expansão da raça. No que diz respeito à produção de leite, uma vaca da raça frísia antes dos anos 70 produzia em média 3 mil litros de leite por ano. Após os melhoramentos genéticos, atualmente a média é de 18 mil litros por ano, como refere a APCRF.

Este melhoramento e a constante procura por animais mais eficientes, mais saudáveis e mais produtivos abriu portas a que os produtores de leite pudessem vender a genética dos seus melhores animais. Por isso, atualmente Portugal já exporta embriões desta raça. Além disso, no que diz respeito à produção de leite, Portuga está em pé de igualdade em relação ao que de melhor se faz no mundo em Portugal, e por isso, é também um país ativo no melhoramento genético desta raça, no qual a APCRF tem um papel fundamental.

O principal objetivo de melhoramento de produção de bovinos de leite tem sido melhorar a performance produtiva de tal forma que a raça Holstein Frísia, representa cerca de 80 por cento das vacas leiteiras no mundo, dominando a produção global de leite durante os últimos 25 anos.

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