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É oficial: Cofina desiste de comprar TVI e culpa COVID-19

Dona do ‘Correio da Manhã’ tinha dado uma condição à Prisa para que pudesse comprar a Media Capital. Prazo acabou e Cofina disse que também encontrou uma “inesperada e muito significativa degradação” das contas da detentora da TVI, agravadas pelo novo coronavírus.

A intenção da compra da TVI pela Cofina tinha sido anunciada com estrondo em setembro de 2019. A concretizar-se iria criar o maior grupo de comunicação social do país, com os ativos da Cofina (Correio da Manhã, CMTV, Record, Sábado e Jornal de Negócios) e os da Media Capital (TVI, TVI24 e Rádio Comercial). Mas em março de 2020 tudo acabou.

A culpa, diz a dona do Correio da Manhã, foi do novo coronavírus. Na madrugada de quarta-feira, 18 de março, a Cofina divulgou que não conseguiu concretizar o aumento de capital previsto, devido à instabilidade nos mercados financeiros provocada pela pandemia de coronavírus, e que, por esse motivo, a compra da Media Capital (por 123 milhões de euros) fica sem efeito.

Já na madrugada desta sexta-feira, 20 de março, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM),a empresa dirigida por Paulo Fernandes informou que terminou o prazo de sete dias que tinham dado ao grupo espanhol Prisa para que ainda pudesse comprar a detentora da TVI. Como esta não respondeu e o prazo acabou, a Cofina diz que o contrato ficou sem efeito, até porque encontrou uma “inesperada e muito significativa degradação” das contas da Media Capital, agravadas pela COVID-19.

O grupo espanhol, dono do diário ‘El País’, considera que foi a empresa portuguesa que falhou ao não concretizar o aumento de capital (quando faltavam apenas 3 milhões de euros), que iria financiar a operação. Por isso o caso segue para litigioso.