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COVID-19 em ritmo alucinante nos países latinos europeus

Conhecidos por serem desenrascados mas não preventivos, Espanha, França e Portugal vão reagindo conforme as situações vão acontecendo e o número de doentes cresce a ritmo vertiginoso. Por sua vez Itália ultrapassa os 4 mil mortos devido à COVID-19.

As notícias continuam a ser alarmantes em Itália e além de ultrapassarem os 4 mil mortos, só nas ultimas 24 horas houve 627 vitimas mortais derivadas do novo coronavírus. A zona de Milão contínua a ser o epicentro da pandemia, com um total de 2.549 mortes, 381 de quinta-feira para sexta. Neste momento a Itália é o país do mundo mais afetado pelo vírus, superando a China, onde tudo começou, mas onde foram rapidamente coladas em marcha medidas de proteção, a uma velocidade sem precedentes.

Apesar da quarentena imposta aos cidadãos italianos, a verdade é que um pouco por todo o país, pessoas continuam a passear na rua, a conviver em locais públicos e em festas, com restaurantes e hotéis de portas abertas, numa fase de verdadeiro desespero, com mais de 41 mil casos registados da COVID-19. Ontem o Primeiro-Ministro italiano Giuseppe Conte prolongou o estado de quarentena, no entanto o número de mortes continuou a bater records e a China já enviou uma equipa de medicina com experiência no combate ao vírus, para atuar com incidência em Milão.

Entretanto em Roma acabou de ser inaugurado um hospital, o Colombo COVID-2, que tratará exclusivamente doentes portadores com a COVID-19.

Em França número de mortes sobe para 372

Voltando-nos para França, é fácil perceber que a realidade também não está nada favorável, com 108 mortes nas últimas 24 horas, um tombo alucinante, tendo em conta o total de mortes até então. Neste momento estão registados 10.995 casos de infeção e 4.500 pessoas estão hospitalizadas, metade deles com menos de 60 anos, sendo que a taxa de mortalidade em França motivada pela COVID-19 é de 6%, em menores de 60 anos.

O diretor-geral da Saúde em França, Jérôme Salomon considerou em palavras à comunicação social que o país gaulês “tem um sistema muito sólido” que permite acompanhar a propagação do surto, através do contacto com os hospitais, reforçando ainda que desde o inicio da entrada do vírus em França, foram realizados mais de 50 mil testes diagnósticos a suspeitos de infeção. Os testes tem principal foco em pessoas que necessitem de cuidados hospitalares, de saúde frágil ou idosas.

A quarentena segue o mesmo registo que em Portugal e alguns dos principais eventos que iriam ocorrer nos próximos meses foram adiados, como foi o caso do Festival de Cannes, que deverá acontecer no verão.

Espanha conhece a primeira vitima mortal da área da saúde

Na quarta-feira morreu pela primeira vez uma profissional na área da saúde vitima do novo coronavírus. Tratava-se de uma enfermeira espanhola de 52 anos, que estava hospitalizada há já seis dias. Ao longo do último dia morreram derivado do surto da COVID-19 169 pessoas, num total de 767 mortes. Importa salientar que já foram curadas no país vizinho 1107 pessoas.

A seguir a Itália, Espanha é o país mais afetado da Europa, rondando os 20 mil infetados e algumas regiões começam a não ter capacidade de dar resposta em termos de serviço de saúde, o que obrigará os corpos clínicos a tomarem decisões difíceis. A Sociedade Espanhola de Medicina Intensiva e Unidades Coronárias publicou um guia ético para ajudar os médicos a priorizar certos pacientes, nomeadamente aqueles quem maior esperança de vida com qualidade. Uma das regiões que irá introduzir essa política é Madrid, capital espanhola, sendo uma das mais afetadas pelo surto.

O modelo do estado de emergência espanhol é semelhante ao português, saídas autorizadas para trabalhar, comprar medicamentos e comida, sendo que hoje foi confirmado que todos os hotéis do país deverão ser encerrados. Isto numa altura em que a taxa de ocupação era já abaixo dos 10%. Importa salientar que em Espanha o estado de emergência entrou e vigor no dia 16 de março.

Itália, França e Espanha tem números em tudo superiores aos portugueses, que só agora irá iniciar o período de estado de emergência, sendo que os próximos dias poderão ser os do auge do surto, prevendo-se até dia 23 de março, um registo de cerca de 205 novos casos. Alguns cientistas acreditam que o nosso país não chegará aos 3 mil infetados e que em maio a epidemia estará controlada. Portugal neste momento conta com 1020 casos infeção e seis mortes.