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Presidente da Câmara de Bérgamo apelida jogo de “bomba biológica”

O Atalanta-Valencia, jogo que aconteceu em San Siro no dia 19 de fevereiro, a contar para a Liga dos Campeões, contínua a dar que falar. O jogo aconteceu de portas abertas, recebeu mais de 40 mil espetadores, numa altura em que Itália ainda desconhecia ser um dos países com mais casos de contágio da COVID-19.

O Presidente da Câmara de Bérgamo recorreu às redes sociais para criticar publicamente a decisão do jogo Atalanta-Valencia ter acontecido, ainda para mais de portas abertas e em Milão. Giorgio Gori apelidou o acontecimento de “bomba biológica”. A propagação da COVID-19 rapidamente fez de Itália refém, embora em fevereiro a situação relativamente ao surto era ainda desconhecida. O primeiro caso de infeção diagnosticada em Itália aconteceria quatro dias depois.

Na primeira fase do vírus, quando ainda estava centrado na China, os italianos recusaram fechar os recintos desportivos e se em alguns casos a partidas aconteceram à porta fechada, o Atalanta-Valencia não foi um desses casos. Outro problema apontado por Gori é o facto do jogo ter sido disputado em Milão. O estádio do Atalanta não tem condições para acolher jogos de Liga dos Campeões e a partida aconteceu em San Siro, na cidade de Milão, uma das mais infetadas com o novo coronavírus.“Naquela altura não sabíamos bem o que é que estava a acontecer, o primeiro paciente em Itália só foi anunciado no dia 23 de fevereiro, quatro dias depois do jogo. Se o vírus já estava em circulação, os 40 mil adeptos que foram ao San Siro foram infetados”.

O presidente de acrescenta ainda que “devido ao contexto histórico para a Atalanta de disputar um jogo desta magnitude para a liga dos campeões, muitas pessoas assistiram ao jogo em grupo esse poderá ter sido outro fator determinante para o elevado número de pessoas infetadas em Itália”.

Se foi por falta de cuidado e contenção ou não, a verdade é que Itália neste momento é o país com mais casos de contágios do novo coronavírus a nível mundial com 69.176 doentes, 8.326 recuperados e 6.820 mortos. Em Bérgamo, já faleceram mais de 500 pessoas.