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Covid-19: Vacina da Pfizer e bioNTech apresenta 90% de eficácia

A vacina contra a Covid-19 desenvolvida em conjunto pela norte-americana Pfizer e a alemã BioNTech “tem 90% de eficácia”, avançam hoje as duas farmacêuticas após a primeira avaliação da fase 3 dos ensaios clínicos, a última antes do pedido de aprovação pelas autoridades de saúde.

“Hoje é um grande dia para a ciência e a humanidade”, disse esta segunda-feira em comunicado citado pela Reuters Albert Bourla, presidente e CEO da Pfizer, a farmacêutica americana que, em conjunto com a alemã BioNTech, tem passado os últimos meses a desenvolver e testar uma vacina experimental para a Covid-19.

De acordo com Bourla, os resultados mais recentes revelaram que a vacina, em teste em mais 150 localizações com a ajuda de 43 mil voluntários, tem 90% de eficácia. O consórcio, que é o primeiro a apresentar os resultados de testes feitos em larga escala para a obtenção da vacina, espera obter até ao final deste mês uma autorização especial, dada a urgência, por parte das autoridades americanas para começar a distribuir a vacina — numa primeira fase apenas a pessoas entre os 16 e os 85 anos.

“Os primeiros resultados da Fase 3 de testes da vacina da covid-19 mostram a prova inicial da capacidade da nossa vacina de prevenir a covid-19”, disse o presidente da Pfizer, Albert Bourla.

Este valor — 90% —, explica a Reuters, é ainda provisório e faz parte de um estudo maior, que só deverá estar concluído no início de dezembro (e que só então será publicado em revistas da especialidade e revisto pelos pares). De acordo com a farmacêutica, a percentagem de eficácia esta segunda-feira revelada resulta da análise feita depois de 94 participantes nos ensaios clínicos terem adoecido com Covid-19 — a Pfizer não avançou um número, mas a agência de notícias fez as contas e explica que terão de ter sido menos de 8 as pessoas de entre estas 94 a receber a vacina, todos os demais terão recebido um placebo. A americana Food and Drug Administration (FDA), para aprovar uma vacina contra o novo coronavírus, tem como limite mínimo uma taxa de eficácia de 50%.

Ainda assim, para consolidar as certezas de que a vacina funciona, o consórcio espera ter pelo menos mais 70 participantes infetados (num total de 164), o que, tendo em conta a taxa crescente de infeções nos Estados Unidos, explicou em entrevista Bill Gruber, um dos vice-presidentes da Pfizer para a área das vacinas, deverá acontecer até ao início do mês de dezembro. “Estou quase em êxtase, este é um grande dia para a saúde pública e para a hipótese de sairmos todos da situação em que nos encontramos”, disse, entusiasmado.

A terceira fase do ensaio clínico da vacina BNT162b2 começou a 27 de julho e envolveu 43 538 participantes até agora, 38 955 dos quais receberam uma segunda dose da vacina até dia 8 de novembro. Cerca de 42% dos participantes a nível global e 30% dos participantes nos EUA vinham de grupos raciais e étnicos diversos. Os testes continuam e devem continuar até serem detetados 164 casos de infeção por covid-19 (já foram detetados 94). A terceira fase é a última antes da homologação.

Pfizer está à espera de ter um conjunto de dois meses de dados sobre a segurança da vacina, depois da segunda dose, uma exigência das autoridades norte-americanas antes de poderem autorizar o uso de emergência. Espera-se que possa ter essa informação na terceira semana de novembro. A Pfizer e a BioNTech esperam produzir, ainda este ano, 50 milhões de doses de vacina e, já em 2021, até 1,3 mil milhões de doses.

A empresa norte-americna Moderna, vários laboratórios estatais chineses e um projeto europeu liderado pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca também estarão próximas de uma vacina viável. Duas vacinas russas já foram registadas, antes de os ensaios clínicos terem acabado, pelo que não têm sido universalmente aceites fora da Rússia.