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Marcelo quer dedicar-se a migrantes e a projetos na CPLP depois de sair de Belém

Marcelo Rebelo de Sousa quer dedicar-se à inclusão das pessoas em situação de sem-abrigo, à defesa do acolhimento de migrantes e a projetos concretos na CPLP quando deixar o cargo de Presidente da República.

Numa conversa com alunos do Colégio do Sagrado Coração de Maria e da Escola Secundária Dona Filipa de Lencastre, em Lisboa, onde apelou à participação dos jovens em movimentos sociais de base, o chefe de Estado falou dos seus planos para quando deixar o cargo, em 2026.

“Quando deixar de ser Presidente da República — é daqui a quatro anos e quatro meses, eu tenho tudo contadinho — eu tenho ideias muito claras sobre aquilo que tenciono fazer”, assegurou.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que o seu futuro “não é dizer a opinião sobre quem for Presidente na altura, isso não é certamente, nem o Governo na altura, nem o parlamento da altura, não — isso é o mais vulgar de se ver nos políticos, é mesmo o mais tentador”.

O antigo professor catedrático de Direito jubilado adiantou que pretende voltar a fazer voluntariado em unidades de cuidados intensivos, continuar a dedicar-se à integração das pessoas em situação de sem-abrigo e trabalhar em defesa do acolhimento dos migrantes.

Além disso, manifestou a intenção de “fazer mais pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em termos de projetos concretos, quer dizer, para além dos políticos, dos diplomatas, das declarações, dos acordos”.

Marcelo Rebelo de Sousa descreveu a causa do acolhimento de migrantes como “a causa da inclusão social, da abertura em relação aos diferentes”, num tempo de crise em que “as pessoas ficam egoístas, têm medo, as sociedades ficam medrosas, com medo da doença, medo da morte, medo da diferença, medo de perder o emprego para outro, medo dos que vêm de fora e que são diversos”.

Prevendo que “cada vez mais haverá nas sociedades europeias, à medida que envelheçam, o medo do diferente, como se houvesse um europeu puro”, o Presidente da República sugere “fazer disso uma causa na base — não é no debate político, é na base, trabalhar para a situação concreta daqueles que têm de migrar”, procurando “fazer aceitar isso àqueles que recebem e acolhem”.

O mandato de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República termina em março de 2026.