O primeiro-ministro, António Costa, convocou para esta sexta-feira uma reunião sobre o progresso da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, reunindo especialistas e políticos no Infarmed.
A reunião, prevista para as 15 horas, conta com a participação do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues e de membros de partidos.
O último encontro no Infarmed, em Lisboa, aconteceu no passado dia 16 de setembro, numa altura em que o país registava progressos na evolução da taxa de vacinação e uma redução da incidência e do índice de transmissão (Rt) da Covid-19.
O encontro desta sexta-feira realiza-se numa altura em que está a decorrer o processo de vacinação de maiores de 65 anos e de profissionais de saúde com a terceira dose da vacina.
Ao contrário da tendência de setembro, a reunião acontece numa altura em que o país regista um crescimento na incidência da doença e do indicador de transmissão.
No domingo houve um registo de 1.483 novos casos de infeção com coronavírus SARS-CoV-2, 15 mortes e um aumento do número de doentes internados.
Em vários países europeus, sobretudo naqueles que possuem baixas taxas de vacinação, está a verificar-se uma subida preocupante no que respeita a novos casos, a internamentos e mortes associadas à covid-19.
Baltazar Nunes, perito do Instituto Ricardo Jorge, advertiu que a “perda de efetividade das vacinas” pode coincidir com o “momento de maior transmissibilidade associado às festividades de Natal e Ano Novo”.
A ministra da Saúde, Marta Temido, apelou à toma da terceira dose da vacina para os maiores de 65 anos e admitiu que “todos os cenários” estão em aberto face a uma eventual quinta vaga da pandemia de covid-19.
“Os cenários têm de estar todos em aberto. Não o desejamos. Desejamos que não tenhamos de ter essa conversa [novos confinamentos], desejamos que numa próxima reunião de peritos possamos ter informação que evidencie que estamos a conseguir controlar a situação”, declarou.
Marta Temido, sobre a nova fase de vacinação, admitiu que haverá “momentos de constrangimento no acesso”, realçando que o Portugal vai ter “casa aberta novamente e autoatendimentos locais”.
“Para a semana vamos ter muita pressão, como já tivemos no passado. É natural que se formem algumas filas, procuraremos melhorar as condições de espera para as pessoas e provavelmente não vai correr tudo bem”, salientou.
Sobre se Portugal está preparado para responder à quinta vaga, a ministra respondeu:
“Estamos a assistir à situação da Europa, onde países muito robustos estão debaixo de uma quinta vaga muito evidente. É o caso da Alemanha. Nós temos de fazer a nossa parte, estamos preparados para responder o melhor possível”.