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EDITORIAL | EDIÇÃO 47 | JUNHO 2024

“O que é uma estrada?”

Foi com esta pergunta que iniciei o editorial da edição de julho de 2022, há quase dois anos. Nessa revista, entre outros temas, falávamos dos Caminhos de São Bento da Porta Aberta e também da Estrada Nacional 103. Este mês, voltamos a falar de uma estrada nortenha, a EN108, e de um outro caminho – o Caminho Português de Santiago de Leon de Rosmithal.

Os Caminhos de Santiago são, aliás, uma presença habitual na IN Corporate, com esta edição a marcar esse regresso, já há muito aguardado, às nossas páginas.

À pergunta com que iniciei então esse editorial, respondia que uma estrada pode ser uma rota, um caminho, um pretexto ou até o próprio destino. Destacava, na altura, a beleza da região mais verde de Portugal – o Minho – e particularmente a majestosa Serra do Gerês, destino dos peregrinos de S. Bento, e horizonte dos viajantes da EN103, no troço entre Braga e Montalegre. Nesta edição, para além do Minho e de Trás-os-Montes, descemos até ao Douro, e percorremo-lo do Porto até à Régua, ao longo da Marginal (EN 108).

Já o Caminho Português de Santiago de Leon de Rosmithal e os Caminhos de S. Bento da Porta Aberta partilham entre si vários municípios: Braga, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto… Como perceberão na secção que lhe dedicamos, este “novo” Caminho começa em Freixo de Espada à Cinta e cruza as terras transmontanas do extremo oriental para Ocidente, entrando no Minho, e terminando em Braga, onde se encontra com outros Caminhos que levarão os peregrinos até Santiago de Compostela.

Trata-se de um novo Caminho Jacobeu, cuja divulgação temos o privilégio de iniciar aqui em primeira mão. O percurso ainda nem está assinalado no terreno, mas esse será um trabalho que se iniciará ao longo dos próximos meses. Certo é que já há condições para que possa ser feito pelos peregrinos, venham eles de Espanha (Salamanca ou Valladolid, por exemplo), ou queiram começar em qualquer um dos concelhos de que aqui falamos. 

Tal como referi há dois anos, continuo sem ter feito ainda qualquer um destes Caminhos a pé, embora conheça particularmente bem as regiões de que aqui falamos, que me dizem tanto, e cuja oportunidade de falar delas é sempre um inegável prazer.

Esse é, aliás, um traço que tenho tentado manter sempre neste espaço. Escrever com gosto, com cuidado, muitas vezes com um entusiasmo incontido, sempre sincero, sobre as nossas regiões, o nosso país e as nossas pessoas. Sobre tudo aquilo que não é vago, vazio nem efémero.

Por isso, caro leitor, a pretexto destes caminhos e estradas, convidamo-lo uma vez mais, a fazer o seu, ao longo das nossas páginas. Certos de que, nestes pontos de passagem que aqui destacamos, encontrará seguramente motivos de interesse para visitar ou regressar um dia, com mais tempo.