A disposição de Aveiro à volta da ria é encantadora porque vive-se com duas margens facilmente transponíveis. As pessoas têm tempo para conversar mas não é uma cidade pachorrenta. É jovem e dinâmica. Com o objetivo de conhecer mais sobre a cidade, nada melhor que embarcar num dos ex-libiris aveirenses. Falamos dos moliceiros, embarcações outrora utilizadas para a apanha do moliço. Conheça a Ecoria.
Quem se encarrega pela mostra da cidade é a empresa Ecoria, uma empresa familiar de turismo com mais de 25 anos de atividade. “Fomos a primeira empresa a fazer passeios de barco na ria”, indica-nos Francisco Matos, o atual gerente da empresa, formado em arquitetura. Atualmente, assume o comando da gerência em conjunto com Ana Matos. “Os antigos proprietários reformaram-se e nós compramos a empresa. Há 8 anos que estou aqui e recentemente temos expandido a nossa área de atuação”, conta-nos Francisco Matos.
Antes de conhecermos um pouco mais sobre a empresa, prosseguimos no nosso passeio. O cais da Ecoria fica junto do hotel Meliá Ria Hotel & Spa, é ali onde nos colocamos a bordo do moliceiro Boas Ondas. Outro dos moliceiros é o Doroteia Verónica. A localização algo distanciada do centro tem as suas vantagens e desvantagens, “por um lado não temos a confusão do centro da cidade, mas também temos menos visibilidade. No entanto notamos nos últimos anos, que a época baixa tem vindo a desaparecer, o que é muito positivo”, elucidou-nos o gerente.
A ria de Aveiro é uma caixinha de surpresas que não surgem apenas à superfície dos canais do centro da cidade. Esta imensa extensão de água tem vida própria e segredos escondidos nas suas profundezas que, ao sabor da maré cheia ou da maré baixa, se mostram a quem por ali passa. A arquitetura Arte Nova demarca a identidade da cidade. Mas os edifícios só não chegam. É o tamanho de Aveiro que está exatamente à escala humana: maior que Aveiro é grande demais, mais pequeno que Aveiro é pequeno demais. Não há enchentes nem desertos. E tudo isso e muito mais pode ser calmamente vislumbrado a bordo do Boas Ondas.
Curiosamente perguntamos se havia ambição em ter mais moliceiros, ainda que desconhecendo um dos contratempos deste ramo: “A cada 5 anos há o concurso para a delegação dos cais. Há portanto sempre uma incógnita e cria alguma limitação ao investimento, sendo que qualquer investimento tem de ser realizado no primeiro ano e ser rentabilizado num período de 5 anos”, revelaram-nos os gerentes.
No entanto a empresa Ecoria vai mais além dos moliceiros: “Temos outras atividades acessórias como as visitas a Aveiro, a workshop’s de ovos moles, às salinas e também ao museu marítimo de ílhavo, conhecido por museu do bacalhau. Dinamizamos o turismo em várias vertentes, não nos queremos cingir apenas aos passeios dos barcos”, explicou Francisco Matos.
O Mercado da Ria
Nem só de moliceiros e ovos moles vive a cidade de Aveiro. Há novos comerciantes mas também negócios que se renovam e há lugares que são verdadeiras relíquias, numa cidade que soube preservar a identidade que lhe é reconhecida. Foi neste sentido que Francisco e Ana Matos decidiram abrir o “Cais do Mercado”, uma loja de comércio regional, localizada no Mercado Manuel Firmino. “Começamos a explorar a venda de artesanato e de produtos regionais. O sal, as conservas, cerveja artesanal, são vários os artigos representativos da nossa região que ali vendemos. Queremos ser uma montra da excelência aveirense”, sublinharam os gestores.
Alojamento Local – O Palheiro do Ti’Xis
Em contínuo crescimento a Ecoria concretizou recentemente a aposta no alojamento local. “Este é mais