Ilda Puga é o nome que consta da mulher que serviu de modelo ao primeiro busto da República Portuguesa. Ainda com descendentes vivos, a família faz questão de afirmar que deveria ter sido uma mulher lindíssima e simultaneamente “atrevida” para servir de modelo naquele tempo.
Em 1910, uma jovem de 16 anos serviu de modelo para o Rosto da República ao escultor Simões de Almeida, sempre sob o olhar atento da mãe. Chamava-se Hilda Puga e a sua vida foi plena de aventuras. Ilda Puga era uma mulher invulgar, que sobreviveu a dois cancros, esteve casada dois meses, foi rica mas teve tornar-se costureira para sobreviver e morreu no dia em que celebrou 101 anos.
Ilda Puga andava nos bolsos de todos os portugueses. Era dela o rosto das moedas de 5 escudos e de 50 centavos, fruto do serviço patriótico que prestou muitos anos antes, quando a República foi instaurada, em 1910.
Ilda Puga faleceu em 1993 com 101 anos. O seu sobrinho bisneto Joaquim Puga só desconfiou ser familiar de Ilda após à sua morte por ter lido uma notícia no jornal. Joaquim afirma que uma pessoa como Ilda que serviu de modelo aos 18 anos deve ter evoluído culturalmente de uma forma muito peculiar e intensa.
Ilda era natural de Arraiolos e não foi fácil encontrar o fio à meada das suas ligações familiares embora só haja uma família ‘Puga’ em Portugal. Foi através de moradores de Arraiolos que Joaquim veio a saber que Ilda era irmã do seu bisavô.
Ilda Puga foi a modelo de um dos maiores símbolos da republica portuguesa, Este poderia ser um episódio de relevo na vida de muita gente, mas para Ilda foi apenas um numa vida cheia de aventuras e reviravoltas Como Ilda era menor de idade, Simões de Almeida teve de pedir autorização à mãe dela, que lhe impôs duas condições: a primeira, ela própria teria de estar presente nas sessões – que duraram duas horas, durante um mês; e a segunda era que a filha teria de posar vestida. Foi esta, aliás, a razão que levou Ilda Puga a só falar abertamente deste episódio depois dos 90 anos… É que o busto de Simões de Almeida mostra uma mulher de amplo decote, e Ilda jura que só tinha desabotoado um botão da camisa.
Em Portugal, a escultura não sofreu alterações e passado mais de um século da Revolução de 5 de Outubro de 1910 não se prevê a modernização do símbolo.