Oleg Skripotchka, um cosmonauta russo, conseguiu produzir pequenas quantidades de carne artificial no espaço. Tecido bovino e de coelho foram produzidos na Estação Espacial Internacional com a ajuda de uma impressora 3D e culturas de células.
O que antes era ficção deixou de o ser e pela primeira vez na história da humanidade produziu-se carne artificial além das fronteiras do planeta terra. A experiência foi feita em Setembro por Oleg Skripotchka e permitiu obter pequenas quantidades de tecido bovino e de coelho.
O feito ocorreu na Estação Espacial Internacional, um laboratório espacial cuja montagem em órbita começou em 1998 e simboliza a união das nações na conquista espacial.
Segundo Didier Toubia, o chefe da start-up israelense Aleph Farms, que forneceu as células animais para a experiência, a tecnologia usada poderá “tornar possível” as viagens espaciais de longa duração, nomeadamente ao planeta Marte.
“Mas o nosso objetivo é mesmo vender a carne na Terra”, frisou, citado pela agência noticiosa francesa AFP, acrescentando que a ideia é de proporcionar “uma melhor alternativa às explorações industriais”.
Para Didier Toubia, a experiência feita pela primeira vez no espaço, e que teve a colaboração de russos, americanos e israelitas, permitiu demonstrar que é possível produzir carne fora do ambiente natural e no momento em que se sente necessidade.
Carne cultivada, artificial ou de laboratório?
Há seis anos, o cientista holandês Mark Post apresentou ao mundo o primeiro hambúrguer produzido em laboratório a partir de células estaminais de vacas. Várias startups lançaram-se na produção da carne “artificial ou cultivada”, mas os seus custos continuam muito elevados e nenhum produto deste tipo está à venda.
Apesar do produto ainda não ter sido comercializado, já ocorreram algumas provas e as empresas do nicho apostam que a comercialização esteja para breve. “Provavelmente este ano”, afirma Josh Tetrick, dono da empresa californiana JUST, que aposta no cultivo de carne a partir de células.
As estimativas do setor apontam para que a comercialização de carne in vitro, a preços razoáveis, se faça numa franja de supermercados dentro de cinco a 20 anos. Tão incerto como estimativas acerca do preço é o nome do produto: carne de laboratório, carne artificial, celular ou carne cultivada.