O “Museu Zero”, o primeiro dedicado, em exclusivo, à arte digital em toda Europa, vai nascer na Cooperativa Agrícola de Santa Catarina da Fonte do Bispo, aldeia do concelho de Tavira. Este foi o mote que nos levou a conhecer os recantos e os encantos desta freguesia, que nos foi apresentada pelo presidente da junta de Freguesia, Carlos Manuel Viegas de Sousa.
Começo por lhe pedir que apresente a freguesia aos nossos leitores.
A freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo situa-se numa zona mista de barrocal e serra. Com uma área de 11.920 hectares e cerca de 1815 habitantes. A nossa freguesia tem a arte de bem receber. Conta com restaurantes com gastronomia típica serrana, monumentos e uma história rica de vários séculos. Temos trilhos pedestres onde se pode observar paisagens deslumbrantes e onde os visitantes podem beber água nas famosas fontes espalhadas pela Freguesia. Para desfrutar da região temos unidades Hoteleiras recentes e sofisticadas, que oferecem todo o conforto aos seus visitantes, e festas tradicionais ao longo de todo o ano (principalmente no Verão).
Temos excelentes acessibilidades à A22 (Via do Infante), Tavira, São Brás de Alportel, Olhão, Loulé e Faro. Santa Catarina da Fonte do Bispo, é sem dúvida uma freguesia onde as tradições, a história e a natureza se juntam, dando origem a uma terra única, um tesouro por descobrir.
No que concerne ao tecido económico da região, quais as principais atividades que aqui encontramos?
A freguesia conta com produtos e tradições autóctones com vários séculos, como o ladrilho e telha de Santa Catarina, o azeite, o mel e a aguardente de medronho. Para além disso, verifica-se na freguesia uma forte presença do setor terciário, nomeadamente, o comércio, a restauração e o turismo.
Sendo o turismo e a restauração um dos pilares de Santa Catarina da Fonte do Bispo, que iguarias são de prova obrigatória aquando de uma visita à região?
Santa Catarina da Fonte Bispo é paragem obrigatória para os apreciadores da boa cozinha. Vários restaurantes da freguesia têm participado em festivais gastronómicos e têm ganho vários, e merecidos, prémios com a nossa gastronomia serrana. As principais iguarias são galo guisado, cozido de grão, entre outros pratos de caça tais como lebre com feijão branco, perdiz, ensopado de javali e coelho à caçador. No entanto, os visitantes não podem deixar de provar os nossos enchidos e também alguma doçaria.
Vivemos uma era diferente, única e nunca antes experienciada que veio afetar, e muito, o turismo e a restauração, dois dos vossos pilares. Como têm combatido estas questões?
Esta tem sido uma fase muito difícil para todos e a nossa freguesia não é exceção. As nossas unidades hoteleiras e restauração estiveram vários meses encerradas por força das medidas impostas pelo Estado, no âmbito da Pandemia. O executivo da Junta de Freguesia tem procurado apoiar sempre esses negócios mediante as suas possibilidades, tendo a consciência que é imperativo a reabertura da economia ligada à restauração e ao turismo, mas que todas as precauções têm de ser tomadas. De qualquer forma, durante este período de pandemia temos estado sempre ao lado dos comerciantes, do setor de restauração e do setor hoteleiro e em nenhum momento a freguesia fechou as portas ao turismo. Todos são bem-vindos à nossa freguesia, desde que, com gestos simples se protejam a si e aos nossos conterrâneos.
E como têm reagido os populares e contribuído para que tudo seja ultrapassado da melhor forma?
A nossa freguesia tem retomado a dita normalidade aos poucos e é para nós um orgulho ver que de uma forma geral, a população está a cumprir com as orientações da Direção Geral da Saúde, nomeadamente a distância de segurança, uso de máscara, desinfeção e lavagem das mãos. Relativamente à questão dos ajuntamentos, de uma forma geral não se têm verificado ajuntamentos de pessoas para além do que tem sido permitido por lei. Recentemente tivemos o nosso primeiro mercado mensal em período de pandemia, o qual correu da melhor forma, pois além das medidas de contingência adotadas, as pessoas foram exemplares no cumprimento das normas.
Como acredita que encontraremos a freguesia no futuro?
Acredito que o desenvolvimento futuro da freguesia será sempre no sentido de melhorar, de desenvolver e de criar qualidade de vida, como de resto se tem vindo a verificar nos últimos anos.
Nos últimos anos, num esforço enorme entre a necessidade de potenciar e preservar a nossa serra e, ao mesmo tempo, favorecer a economia local, várias empresas têm apostado na área do agroturismo, bem como na produção e comercialização dos produtos autóctones. Estou convencido que tal continuará a acontecer e, da parte do executivo da Junta, terão sempre todo o apoio.
Penso mesmo que o turismo será no futuro o grande pilar da economia desta freguesia. Acredito que o “Museu Zero”, o qual já se encontra em obras, possa trazer de futuro uma nova dinâmica para a freguesia e revolucionar o setor do turismo e da restauração. Este Museu, ideia que o Paulo Teixeira Pinto trouxe à luz do dia, trata-se do primeiro museu dedicado, em exclusivo, à arte digital em toda a Europa, o qual contará com espaços para exposições, com base na luz, imagem e som, bem como residências artísticas.
Por fim, mas não menos importante, quero dizer que, não obstante da situação de desertificação que temos assistido na serra algarvia, a nossa freguesia continua ainda a ter muitos jovens que pretendem estabelecer-se e constituir família aqui. É minha convicção e vontade, continuar a trabalhar no sentido de criar condições para esses jovens se fixarem e contribuírem pelo desenvolvimento da nossa freguesia.