As escolas profissionais fazem este ano o seu 30º aniversário e ao longo destas três décadas, um estabelecimento de ensino que nunca deixou de surpreender foi a EPDRAC, Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão. Os cursos de gestão equina são a bandeira da instituição, mas com o objetivo de continuar a desafiar o futuro, o turismo surge agora como uma nova porta, que promete levar a EPDRAC a dar um passo em frente, naquilo a que podemos chamar de ensino inovador.
“Estamos a entrar nos 30 anos das escolas e do ensino profissional, incluindo as escolas profissionais rurais. Quando estas instituições foram criadas, o objetivo era que fossem viradas para a rualidade e para a produção agrícola, que é a génese da EPDRAC”, introduz desta forma Vera Tita, diretora da instituição. Voltados para a ruralidade, a gestão equina rapidamente se tornou na vertente pela qual a escola se tornou mais conhecida com resultados extraordinário, sobretudo no que respeita a potencializar alunos em termos profissionais no futuro.
O ano passado, a EPDRAC, beneficiando do espaço privilegiado onde está inserida e aproveitando a construção do novo hotel rural de quatro estrelas que está a ser ultimado, dentro do campus da escola, foram abertos os cursos de turismo, sempre ligados ao ambiente e aos cavalos. Sobre a nova oferta formativa a diretora vinca que “vamos tentar seguir a linha que traçamos. Os nossos dois grandes cursos são os de Técnico de Gestão Equina e Técnico de Procriação Agro-pecuária.
Os cursos que abrimos o ano passado, vamos manter, nomeadamente o tratador e desbastador de equinos, do nível II ao nível IV. Não deixamos de ter também os CEF, com o curso de Operador Agrícola, Técnico Desbastador e Tratador, que após formação, poderão dar o salto para os nossos cursos mais avançados ou seguir outro destino”. Manter as bases do que foram os 30 anos da EDPDRAC é uma garantia, embora o turismo seja definitivamente parte do futuro da instituição. O sucesso desta introdução formativa é claro e olhando para o crescimento que Portugal teve nos últimos anos neste segmento, criar bons profissionais com capacidade para desenvolver o turismo rural no nosso interior é uma missão cada vez mais importante.
Em 2019/2020 a EPDRAC conta com 156 alunos, com estudantes oriundos de todo o país, como é habitual nesta instituição. Esta ano existe a particularidade do número de alunos de Portalegre ser maior do que o habitual. “Os alunos de Equitação voam. Quem é realmente bom e está qualificado a lecionar, está garantidíssimo. Lá fora e nos vários continentes
já lhes perdi a conta. Temos um antigo aluno desta casa que está inclusivamente a treinar cavalos para Hollywood”. O número de escolas agrícolas do norte leva que haja menos pessoas dessa região, no entanto a EPDRAC tem se tornado um polo de influência cada vez maior no norte alentejano, com um volume interessante de estudantes lisboetas, ribatejanos e do Alto Alentejo.
Um valor que Vera Tita faz questão de ressalvar e que faz a diferença na EPDRAC, é o valor humano, com a criação de um laço que supera qualquer formação profissional e que perdura no tempo uma vida. “Os nossos alunos continuam a guardar a nossa farda e continuam a fazer questão de mostrar. É uma ligação que fica e a as pessoas não se conseguem separar delas. Além da formação profissional que tentamos que recebam, há também o fator humano que é mais que preponderante. Temos alunos que estão sozinhos e precisam de uma figura materna e paterna. E as escolas devem trabalhar
isso”, conclui.