O Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, criou um novo programa ‘online‘ para manter contacto com o público em confinamento, através de conversas, glossário de arte, filmes e entrevistas a artistas, além de cursos gratuitos de desenho.
Depois de ter realizado um “Diário das Pequenas Coisas”, durante o primeiro confinamento, quando todos os espaços culturais encerraram, em março de 2020, o museu reforçou novamente a presença ‘online’ com um novo programa sob o título “Dilemas Quotidianos”, baseado na exposição “Dilema de ser e parecer. O retrato na pintura, fotografia e escultura (1850-1916)”, inaugurada no museu, em novembro.
O objetivo da diretora do MNAC, Emília Ferreira, é “tentar ter atividades para todas as idades e para todos os públicos”, nesta nova fase de encerramento para conter a pandemia covid-19.
O programa conta com informação em torno das obras patentes, a rubrica “Histórias do Bairro”, em que se destacam memórias do Chiado, onde o museu está localizado, um glossário de arte, leituras de obras e ainda a rubrica “O que esta obra me conta”.
Ao fim de semana, decorre uma programação especial, para crianças e adultos, com dois cursos de desenho.
O curso para crianças começou no sábado, e está a ser orientado por Nelson Ferreira, especialista em técnicas de antigos mestres europeus, nomeadamente pintura a óleo flamenga, técnicas barrocas a óleo, assim como desenho e pintura académica do século XIX.
Estudou pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e continuou estudos na Prince’s Foundation, em Londres.
Foi por duas vezes o artista convidado pela National Portrait Gallery, nomeadamente para ensinar técnicas de desenho do Renascimento, durante a exposição de desenhos dos artistas Hans Holbein, o Jovem, e de Leonardo da Vinci, na instituição.
Em Portugal, deu cursos de técnica de pintura flamenga primitiva no Museu Nacional de Arte Antiga, na Universidade Autónoma de Lisboa e na Galeria Monumental, entre outras instituições, e é formador de artistas da Walt Disney, ensinando desenho e pintura às equipas dos Estados Unidos e do Reino Unido.
A partir de 31 de janeiro, começará um novo curso de desenho, orientado por António Faria, artista e designer formado no Instituto de Arte, Design e Empresa (IADE), onde foi professor entre 1992 e 1998, e em artes plásticas no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual.
Obteve o segundo Prémio na Bienal Arte Olímpia em Tóquio (2015) e o Prémio de Excelência na mesma Bienal (2019).
Em 2019, apresentou a instalação “Observatório”, no Museu de Serralves, no Porto, e, em 2020, realizou a exposição “O Desenho. Força que nasce do silêncio”, no Museu do Côa, em Foz Coa, assim como a exposição “O Elogio da Melancolia”, no Museu Nacional de Arte Contemporânea.
Ambos os cursos decorrem às 11:00, em direto através da plataforma zoom, e serão gratuitos para o público, com o apoio mecenático da Fundação Millennium bcp, mantendo-se durante as várias semanas do confinamento.
As crianças que participarem no curso de desenho de Nelson Ferreira, e que queiram visitar o museu, quando reabrir, podem levar o seu trabalho, e terão entrada gratuita para si e para a família, durante um período de dois meses após o final do confinamento.
No dia 29 de janeiro, às 16:00, também através da plataforma digital zoom, começará um ciclo de conversas em torno do retrato, ainda a pretexto da exposição “Dilema de Ser e Parecer”, que continuará todas as sextas-feiras, à mesma hora, até dia 16 de abril, igualmente de acesso gratuito, segundo a diretora do museu.
Ao longo do confinamento, a página do Facebook do Museu Nacional de Arte Contemporânea irá ainda partilhar filmes, entrevistas e depoimentos de artistas.
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