É a maior freguesia do município de Loulé em área e prima pela diversidade. O mar não é longe, mas é com o Alentejo que partilha fronteira. Francisco André Rodrigues, o presidente da junta, dá-nos a conhecer esta serra que tem muito para oferecer.
Com as eleições ainda tão recentes é natural que o presidente ainda não se tenha instalado totalmente no seu novo cargo. No entanto, sendo natural desta freguesia, conhece bem os seus costumes. É com um brilho nos olhos que Francisco André Rodrigues descreve as tradições e cultura de Salir, convidando os nossos leitores a passarem pela sua terra. Um dos objetivos passa por recuperar algumas tradições que se têm perdido ao longo dos anos, cativando os mais novos e dando uma alegria nostálgica aos mais velhos.
Felizmente o turismo tem-se alargado ao interior, numa tendência crescente, com as pessoas a quererem saborear a gastronomia tradicional e os petiscos rurais do nosso país. Desde o javali à água ardente de medronho, a escolha é diversa e confortante. Estrategicamente localizada na mítica Estrada Nacional 2, passam por aqui muitas pessoas que se encantam com a natureza, cultura e tradições de Salir.
A Freguesia conta com vários clubes e associações que em muito apoiam na recuperação de velhas tradições, como é o caso do cântico das janeiras, praticado nesta altura do Natal, que tem sido recuperado ultimamente.
Uma das tradições natalícias é o presépio de cortiça e a queima do lenho, onde a comunidade se junta toda, algo que simboliza muito esta pequena freguesia. Encarregue das decorações de Natal está um grupo sénior, que se junta mais do que uma vez por semana. Se nos últimos dois anos têm usado trabalhos em malha este ano vão optar por outros materiais. Outra iniciativa interessante é o fornecimento das árvores de Natal, em madeira, aos comerciantes. A junta dá estas árvores para que sejam decoradas pelos comerciantes e depois sejam expostas na rua, perto dos estabelecimentos.
A Associação Cultural de Salir, juntamente com a Associação de Pais e com os Avós em Movimento, construiu um grande presépio que foi inaugurado no último dia 5 e que está aberto ao público. No dia 16 ocorreu um desfile com os jovens da terra, onde foi fornecido um gorro de Natal a cada um e, com eles, desfilaram até ao presépio onde os aguardava um lanche, devidamente adaptado às contingências da Covid. No dia 18, houve uma festa na Nave dos Barão, realizada pelo grupo que lhe dá o nome, uma associação que tem muitas ideias e muitas pessoas jovens. No dia seguinte, a Associação Cultural de Salir realizou uma pequena festa para as crianças onde houve muita animação, teatro, e outras atividades. Aos funcionários da Junta, foram oferecidos Vouchers para serem gastos na economia local, “a atividade económica é essencial e trabalhamos diretamente com os comerciantes” valoriza Francisco André Rodrigues.
Segundo o presidente, “Salir tem um grande potencial, tem condições naturais fantásticas, riqueza cultural e a nível de património e gostaríamos de ter mais população, sentimos que as pessoas querem vir viver para o interior”. Para isso, é necessário fazer um investimento habitacional, no abastecimento de água, na rede móvel e na qualidade da Internet.
Uma vez por mês, Salir dá lugar ao Mercadinho da Horta: um pequeno mercado com produtos hortícolas e algum artesanato, que se vai adaptando às diversas festividades ao longo do ano. O Mercadinho da Horta realiza-se no primeiro domingo de cada mês. No que toca ao desporto, a freguesia com um complexo desportivo, onde se pratica futebol de formação e também a equipa de veteranos. Existe também uma prova todo-o-terreno – SALIR TT, que já totaliza 31 edições. Por fim, tem um circuito de Motocross – o Circuito Internacional da Cortelha – onde já se realizaram vários campeonatos mundiais.
Fora desta época natalícia as festividades não param. Destacamos a Festa da Espiga, a principal da freguesia, que deu origem ao feriado municipal de Loulé e dura três dias. Consiste num desfile de tratores decorados com diferentes temas, que também passam na tribuna para pedir algo ou agradecer ao quadro político. A localidade conta com uma festa medieval, Salir no Tempo, onde se celebra e recorda a história, traz muitos turistas e decorre durante o mês de julho. Ainda no Verão, para além várias festas populares, temos os Manjares Serranos e dois Festivais de Folclore, que atraem também muitos turistas. Portugal, já se sabe, é um país de bom vinho de norte a sul, e por isso mesmo há também o festival do vinho na Nave do Barão – Salir.
“O futuro de Salir passará obrigatoriamente por dinamizar, promover e criar as condições necessárias para tornar a Freguesia de Salir, um local melhor para trabalhar, para visitar e para viver. Essa é a nossa missão, trabalhando com todos e para todos.”, sintetiza Francisco André Rodrigues