Álvaro Laborinho Lúcio, autor de diversas obras literárias, lançou em fevereiro a história da sua vida, desde as lembranças de infância até à sua carreira como escritor, magistrado, político e homem da justiça. “A Vida Na Selva” dá o título a esta obra, quase autobiográfica, e constituída por diversas crónicas e “dispersos literários”.
“A Vida na Selva” viaja pelas memórias do autor, Álvaro Laborinho Lúcio, começando por uma redação escolar, passando por crónicas e terminando em “dispersos literários”. “O resultado é comovente”, afirma a editora quetzal.
A redação por onde começa faz conhecer a realidade do escritor, marcada pela “escola dos pés-descalços” e “verdascas nas orelhas por parte de professores que não lhe reconheciam talento para os estudos”. A obra ainda permite sentir o cheiro a maresia da Nazaré, as batidas do telegrama que o pai enviava; acompanhar toda a história pelo teatro, magistratura e literatura; e viajar até ao Fundão e Açores. “São tempos de nascer, tempos de voar, tempos de lutar e tempos de partir”, acrescenta a Quetzal.
Álvaro Laborinho Lúcio, contradizendo os seus professores, tormou-se mestre em Ciências Jurídico-Civilísticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Como magistrado já soma muitos anos de carreira, mas pelo meio ainda se dedicou à política: assumiu funções de secretário de Estado da Administração Judiciária, ministro da Justiça e deputado da Assembleia da República. De 2003 a 2006 chegou a ser ministro da República para a Região Autónoma dos Açores e, hoje, é juiz-conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça. Chegou a publicar artigos e a participar em palestras sobre temas relacionados com a justiça, o direto, a educação, os direitos humanos e a cidadania.
“Este é o produto de uma memória propositadamente não elaborada, sem trabalho de reconstituição, escorrendo em palavras a partir de uma mistura de lembranças e de esquecimentos”, escreveu Álvaro Laborinho Lúcio, explicando a essência desta obra.
O seu percurso pela literatura também começou cedo, tendo-se dedicado inicialmente a obras relacionas com a sua profissão: “A Justiça e os Justos”, “Palácio da Justiça, Educação, Arte e Cidadania”, “O Julgamento”. Uma Narrativa Crítica da Justiça. Em 2014 publicou o seu primeiro livro de ficção “O Chamador”, seguindo-se os romances “O Homem que escrevia Azulejos” (2016), “O Beco da Liberdade” (2019) e “As Sombras de uma Azinheira” (2022).
Depois de tanto trabalho, vieram as aclamações. Álvaro Laborinho Lúcio foi agraciado pelo rei de Espanha com a Grã-Cruz da Ordem de S. Raimundo de Peñaforte e pelo Presidente da República Portuguesa com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo. Foilhe atribuído o título “doutor honoris causa” pela Universidade do Minho e, em 2023, a Medalha de Ouro Comemorativa do 50.º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Assembleia da República.