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Torre de Moncorvo e o Caminho Português de Santiago Leon de Rosmithal

Torre de Moncorvo possui evidências que justificam a presença de vias de peregrinação a Santiago de Compostela – igrejas, albergarias, estalagens, capelas, fontes, caminhos antigos, pontes, barcas de passagem ou a lenda da Cabeça Santa.

No entanto, é a viagem de Leon de Rosmithal a principal fonte histórica que refere a existência de um caminho neste território. O relato refere que a comitiva vinda de Freixo percorreu um trajeto montanhoso com caminhos difíceis e ásperos, tendo a oportunidade de ver árvores estranhas. O caminho percorre uma extensão de 38940 metros. O peregrino inicia a jornada na freguesia de Mós, onde divisa uma ampla e diversificada paisagem. Após atravessar o conjunto rural inabitado da Odreira, passa pelo vale da ribeira de Mós, com vestígios da calçada medieval. Em Mós, sede de concelho até 1836, encontramos a Fonte Românica, o Pelourinho, a antiga Casa da Câmara e Cadeia, as ruínas do Castelo, a Igreja Matriz, além do conjunto rural urbano composto de construções tradicionais. No Carvalhal, localidade que viu a sua expansão e desenvolvimento devido à exploração do minério de ferro, atestam-se vestígios destes trabalhos. No sítio de Lamelas encontra-se um chafariz setecentista e pode apreciar bolos de fabrico regional.

De seguida, percorre-se a encosta sul da Serra do Roboredo até Torre de Moncorvo. Nesta localidade, que foi um dos mais importantes centros urbanos do interior, além de um relevante centro económico, através das produções agrícolas, do comércio e de várias indústrias, sugere-se a visita à Basílica de Nossa Senhora da Assunção, grandioso templo quinhentista que se destaca no contexto urbano; as lojas de produção da Amêndoa Coberta de Moncorvo, IGP; um conjunto diversificado de espaços museológicos; percorrer as diversas artérias do Centro Histórico; e apreciar um diversificado conjunto de elementos patrimoniais, onde se destaca a Fonte de Santiago, com uma representação medieval do Apóstolo, e os dois edifícios onde existiram albergues: o Solar de Santo António e o antigo Hospital do Espírito Santo.

A jornada segue pelo caminho em direção ao fértil vale da Vilariça, passando junto de uma das albufeiras do Sabor e ruínas de Santa Cruz da Vilariça. Recomenda-se um desvio até à foz do rio Sabor onde pode degustar os peixes do rio. O percurso neste território termina após passar pela Horta da Vilariça. O peregrino tem muitos mais motivos de interesse para regressar e explorar.