Opinião

A sociedade sabe que tudo o que consome é engenharia?

A sociedade sabe que um engenheiro deve ter Cédula Profissional (por lei) para exercer atividade?

Quando se usa um interruptor, torneira, drone, telemóvel, informática, equipamento médico ou industrial, produtos agrícolas, alimentares ou florestais, conduzir uma viatura a combustível numa estrada ou avião ou navio, todos estamos a consumir engenharia, que não é visível e valorizada pela sociedade. Os engenheiros foram e serão os criadores de soluções para a habitação, alimentação, economia circular, alterações climáticas, sustentabilidade, IA. Diversidade, Igualdade e Inclusão são objetivos da Ordem dos Engenheiros (OE) ao definir, para 2024, o Ano OE da Igualdade de Género na Engenharia, cuja mandatária é Ondina Afonso. A OE é alinhada com Diretivas Europeias que determinam a quota de género, em lugares de decisão (2022), pois na Europa apenas 7,7% das mulheres, ocupam lugares decisórios. No Mandato 2022-2025, a OE tem 209 engenheiras eleitas, correspondendo a 40,6% do total de eleitos.

Também a OE trabalha para obter, em 2024, Certificação no Género, pela Bureau Veritas, com Patrícia Franganito. Estima-se que em Portugal haja cerca de 200 mil engenheiros, dos quais, cerca de 21% são engenheiras, percentagem um pouco abaixo da média europeia. Recorde-se que em 2022, o Prémio Mundial de Engenharia foi atribuído à engenheira de Materiais, portuguesa, Elvira Fortunato, mas temos mais engenheiras de referência, de várias especialidades, tanto na Academia com mérito científico (Rosa Miranda, Fátima Vaz, Rosa Vasconcelos) como nas Empresas (Luz Saúde, Wedotech, Microsoft, LNEC, Heart Genetic). Há presente e futuro para as meninas estudarem engenharia, mensagem que a OE leva às escolas.

Durante a 2ª Guerra Mundial, as engenheiras inglesas tiveram um papel importante e em sua honra definiu-se, 23 junho, Dia Internacional da Mulher na Engenharia, que é comemorado por todo o mundo.

Neste ano temático da OE, há ações nas sedes das regiões como Coimbra, Lisboa, Ponta Delgada, Funchal e Porto, cidade onde comemoramos o 23 de junho, e ainda nas Delegações Distritais. Entre 18 e 21 novembro, vamos receber cerca de 450 engenheiros e engenheiras, no LNEC, XVI Encuentro Iberoamericano Mujeres, Ingenieras, Arquitetas y Agrimensoras (EIMIAA) que vêm a Portugal comemorar os 30 anos de Congressos Científicos, iniciados pelas engenheiras cubanas, onde também estarão presentes colegas de Cabo Verde, Angola, Moçambique, Brasil e Itália.