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EDITORIAL | EDIÇÃO 48 | AGOSTO 2024

Em pleno pico do verão, o calor e a luz intensa parecem acender o rastilho das memórias com outra intensidade. Não por acaso, muitas das memórias de verão são pontuadas por cenas cinematográficas, a lembrar que também esta estação foi sempre um pano de fundo inspirador de muitos filmes ao longo da história do cinema.

Há, claro, os “blockbusters de verão”, sucessos de bilheteira e de entretenimento fácil, com argumentos simples, muitas vezes enquadrados nas comédias ligeiras, que não são leves nem têm piada, pelo que não são uma coisa nem outra. Mas não é a esses que me refiro, até porque caem facilmente no esquecimento.

Um dos géneros que melhor combina com esta estação é, sem dúvida, o “coming of age”, ou seja, filmes que nos falam do crescimento de uma personagem, normalmente nos finais da adolescência e princípios da vida adulta. Conjuga-se aqui uma enorme fome de viver, cheia de ansiedade mas também de esperança. Há uma despedida, sempre com alguma dor, que só a expectativa apazigua.   

Por agora, não vou elencar nenhuma lista de títulos, coisa que não é difícil de encontrar numa rápida pesquisa num qualquer motor de busca.

Recupero antes uma ideia que já abordei noutro espaço semelhante, a qual se pode cruzar com o cinema, como com a literatura, ou simplesmente qualquer trabalho criativo. Ou seja, para se ser criativo e não deitar ao cesto dos papéis todas as nossas criações, é também necessário ser perseverante e resistir muito bem à crítica. Steve Jobs utilizava muitas vezes este exemplo, vastamente citado: “Reúna dez pessoas inteligentes numa sala e uma ou duas serão criativas, duas serão ótimas para resolver problemas e as restantes serão críticas. Mantenha os criativos longe dos críticos.”

Claro que é também do fundador da Apple esta outra famosa citação: “Se quer deixar toda a gente feliz, não seja um líder, vá vender gelados.” Alcançar o sucesso não é fácil, e ser líder requer coragem, sobretudo nos momentos difíceis. Todos gostaríamos de comunicar só boas notícias aos que nos rodeiam. Os maiores empresários e gestores de recursos humanos sabem bem o que isso significa.

Sobre o trabalho (longo e duro) que dá gerir um negócio, Bill Gates destacava a disciplina necessária para tornar os seus sonhos realidade. E alertava para que os candidatos a empreendedores não caíssem na armadilha da narrativa da criação do próprio emprego como algo “excitante e fácil”, ideia muito alimentada pela ficção televisiva. A conclusão do fundador da Microsoft dá-nos uma imagem muito reveladora: “a televisão não é a vida real. Na vida real as pessoas têm de deixar os cafés e ir para os seu empregos.”

As frases inspiradoras não têm de ser todas otimistas. Só com realismo, trabalho e soluções para os problemas é que o futuro pode sorrir. Que assim seja, na rentrée de setembro.

Até lá, boas férias!