Outubro é o mês que homenageia os idosos, aqueles que trazem nas rugas histórias de vida,
nas mãos o toque mais sincero e no olhar a sabedoria que os anos concedem. O Dia Nacional
do Idoso é comemorado no dia 1 de outubro, data oficializada pela Assembleia Geral das Nações Unidas no dia 14 de dezembro de 1990.
Portugal envelhece, mas ganha em longevidade ou parece conquistar a probabilidade de viver um pouco mais. A esperança de vida em Portugal atingiu, pela primeira vez desde a pandemia, níveis superiores aos registados antes da COVID-19. Segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), um bebé nascido no país entre 2022 e 2024 poderá viver, em média, 81,49 anos.
Embora ainda ligeiramente abaixo dos 82 anos, este novo valor representa um avanço face aos períodos anteriores, 80,72 anos entre 2019 e 2021, e 81,17 anos no triénio 2021-2023: “este aumento resultou sobretudo da redução na mortalidade em idades iguais ou superiores a 60 anos. A contribuição das idades mais idosas foi mais significativa para as mulheres do que para os homens”, adianta o estudo do INE.
É também a primeira vez que Portugal supera a marca de 81,06 anos registada entre 2018 e 2020, o último triénio antes da pandemia. As mulheres continuam a viver mais do que os homens, com uma esperança média de 83,96 anos, contra 78,73 anos. A diferença entre géneros continua a diminuir, já que o aumento da esperança de vida é mais significativo entre os homens.
O Norte é a região onde se vive mais tempo, com destaque para a zona do Cávado.
No triénio 2022-2024, a região Norte registou a maior esperança de vida à nascença em Portugal, tanto para o total da população (82,13 anos) como para homens (79,47 anos) e mulheres (84,48 anos), ainda de acordo com os dados do INE.
A mesma tendência acontece aos 65 anos. Os portugueses podem esperar viver, em média, mais 20,02 anos: “18,30 anos para os homens e 21,35 anos para as mulheres, valores que representam um aumento face ao período anterior, mais 0,30 anos para os homens e 0,24 anos para as mulheres, relativamente a 2021-2023”.
Também neste indicador, por região Nuts III, o Norte volta a destacar-se, as sub-regiões Cávado (21,00 anos) e Ave (20,80 anos) surgem como as zonas onde se vive mais tempo depois dos 65 anos.
Afinal, viver mais não significa necessariamente viver melhor. A chamada “vida saudável” após os 65 anos, isto é, o período sem limitações físicas ou doenças incapacitantes, situa-se, em média, apenas nos oito anos. Uma realidade que levanta a urgência de repensar as políticas de saúde, o apoio social e as estratégias de envelhecimento ativo.





