O outono é, por tradição, a estação alta dos encontros empresariais. Conferências, feiras, cimeiras e prémios ocupam agendas, ativam marcas e puxam pela economia local.
Em novembro, Lisboa volta a receber o Web Summit, um dos maiores encontros de tecnologia do mundo, com datas já fixadas para 10 a 13 de novembro de 2025, reforçando a imagem do país como palco internacional de networking e captação de investimento.
Estes fluxos encaixam num setor que tem sido determinante para a economia portuguesa. Em 2024, o turismo registou aumentos de hóspedes, dormidas e receitas; e a Conta Satélite do Turismo indica que o setor manteve em 2024 o patamar recorde de 16,6% do PIB (47,2 mil milhões de euros), com 8,1% do Valor Acrescentado Bruto nacional — números que traduzem a centralidade do turismo enquanto ecossistema, do qual o segmento de reuniões e eventos é parte integrante.
Para as empresas, o racional é tangível. Eventos bem pensados e organizados com critério aceleram a difusão de conhecimento, encurtam ciclos comerciais e ampliam reputação. Para as cidades, significam ocupação hoteleira, restauração, transportes e serviços criativos, com efeito multiplicador. Portugal tem vantagens competitivas claras: acessibilidade aérea, infraestruturas em várias regiões, segurança e uma base crescente de serviços especializados. A presença anual de encontros âncora como o Web Summit serve de montra e de íman para calendários paralelos, como meetups, programações satélite e iniciativas setoriais que prolongam a estadia e a despesa.
Num contexto de crescente pressão por resultados mensuráveis, a maturidade do mercado recomenda passar do “evento por hábito” para o “evento com objetivo”. Com uma definição prévia de métricas (leads qualificadas, parcerias fechadas, cobertura mediática), conteúdos relevantes e desenho de experiência que crie valor antes, durante e depois. É essa profissionalização, aliada ao posicionamento internacional do país, que pode transformar a época alta do outono corporativo num ativo estratégico permanente.
