Entre o legado da Bauhaus, o humanismo de Thomas Mann e as memórias vivas do Muro de Berlim, a Alemanha faz do outono um convite à descoberta cultural e histórica. Um olhar que, para nós, se cruza inevitavelmente com o património europeu comum de ideias, arte e liberdade.
Dessau celebra o centenário da Bauhaus
A escola que redefiniu a arquitetura e o design do século XX está em festa. Criada em Weimar em 1919 e transferida para Dessau em 1925, a Bauhaus continua a marcar a paisagem e o pensamento artístico moderno. A cidade, a cerca de 120 km de Berlim, preserva mais de 300 edifícios ligados ao movimento, muitos deles classificados pela UNESCO. As comemorações estendem-se até 2027, com exposições, oficinas e percursos temáticos. Um destaque é a nova mostra do Museu Bauhaus Dessau, dedicada aos colecionadores que doaram peças ao museu aquando da sua inauguração em 2019.

Berlim e a liberdade, 36 anos depois do Muro
De 8 a 15 de novembro, a capital acolhe a primeira Berlin Freedom Week, com mais de 70 eventos dedicados à reflexão sobre democracia e direitos humanos. Entre conferências, arte e visitas a locais simbólicos como o Memorial do Muro e a antiga sede da Stasi, a cidade reafirma-se como palco vivo da história europeia. Neste outono, a Alemanha propõe uma viagem onde cultura, memória e liberdade se cruzam, e onde o passado continua a inspirar o presente.

Thomas Mann, 150 anos de literatura e democracia
Figura maior da literatura alemã e Prémio Nobel em 1929, Thomas Mann é celebrado de norte a sul do país. Em Lübeck, o St. Anne’s Museum apresenta até janeiro O Meu Tempo: Thomas Mann e a Democracia, centrada no seu discurso de 1950 contra o totalitarismo. Em Munique, a exposição Munique Literária na Época de Thomas Mann recupera a atmosfera intelectual de uma cidade que inspirou obras como A Montanha Mágica e Morte em Veneza. Um itinerário que passa, inevitavelmente, pelo Café Luitpold, o seu ponto de encontro habitual.





