No passado mês de outubro, Barcelos acolheu a constituição da Rede Europeia de Saúde Mental, uma iniciativa que reúne a participação de 20 municípios e regiões que pretendem incluir a saúde mental nos seus planos e estratégias.
A assinatura do respetivo memorando de entendimento decorreu no dia 31 de outubro, no âmbito da distinção de Barcelos como Capital Mundial da Saúde Mental, “título que ostenta até 2026”, e do Congresso Mundial de Saúde Mental que arrancou na cidade no mesmo dia.
Segundo o presidente da Câmara Municipal, Mário Constantino Lopes, “a Rede Europeia de Saúde Mental está estruturada em três pontos fundamentais: a partilha de melhores práticas, o desenvolvimento conjunto de políticas na área da saúde mental e a cooperação internacional, designadamente através do reforço de parcerias para aproveitar oportunidades de financiamento destinado a projetos transfronteiriços neste domínio”.
O autarca recordou que Barcelos foi o primeiro município em Portugal a criar uma Rede Municipal de Saúde Mental, constituída por 70 instituições privadas, públicas, institutos e empresas. “Com um objetivo muito claro: o de criar respostas mais eficazes e abrangentes para as necessidades existentes. Designadamente para as famílias e cuidadores informais – o chamado “doente oculto” – que enfrentam, diariamente, imensos desafios”, acrescentou.
Também presente na cerimónia, a secretária de Estado da Saúde, Ana Povo~, sublinhou a importância do estatuto de Capital Mundial da Saúde Mental de Barcelos. “Não se trata apenas de uma distinção, mas de um compromisso para com a comunidade, constituindo um pilar estratégico na sua dimensão local”, afirmou.
A responsável governamental reitera que este reconhecimento tem repercussões em todo o país, colocando Portugal na linha da frente e projetando localmente todo o trabalho desenvolvido para uma dimensão internacional. “Barcelos é a prova de que juntos podemos fazer a diferença nesta luta pela saúde mental, transformando cuidado em ação, estigma em empatia e silêncio em apoio”, concluiu Ana Povo. A Rede Europeia de Saúde Mental começou com a adesão de 20 cidades de Portugal, Espanha, Hungria, Países Baixos e França, incluindo Barcelona, Braga, Ceuta, Sevilha, Amesterdão e Atenas, entre outras. A constituição da rede realizou-se após a sessão de abertura da 30.ª edição do Congresso Mundial de Saúde Mental, feito em Portugal pela primeira vez.
O evento, organizado conjuntamente pela Câmara Municipal de Barcelos e pela Federação Mundial de Saúde Mental (WFMH), em parceria com a Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental, contou com a participação de especialistas e figuras internacionais.
O presidente da WFMH, Tsuyoshi Akiyama, frisou que “este congresso tem implicação internacional na constituição da rede mundial, e Barcelos tem sido um exemplo ao executar com eficácia todo o trabalho nesta área”. Miguel Xavier, Coordenador Nacional das Políticas de Saúde Mental, explicou que, ao longo do congresso, se debateram temas que contribuem para uma verdadeira reforma na saúde mental.
