Na última década Portugal sofreu uma drástica descida de trabalhadores ligados à agricultura. No total perdeu cerca de meio milhão de trabalhadores nos últimos dez anos e quase um milhão desde a década de 80. São dados revelados pela Pordata.
Os factos são alarmantes. Nos últimos 30 anos, este setor perdeu mais de metade da sua riqueza. Nos anos 90, a agricultura representava 3,7% do PIB, enquanto em 2020, o valor é bem mais baixo, representando apenas 1,6%. Os fatores por trás desta realidade são na verdade muito simples. Para além da pandemia, que abanou todos os setores dos diversos mercados, Portugal enfrenta anos consecutivos de seca, o pasto tomou grande parte dos terrenos agrícolas e existem cada vez menos hortas familiares. A grande industrialização do setor também condiciona os agricultores portugueses, mas é sobretudo o salário médio de 823€, cerca de 20% abaixo de um trabalhador por conta de outrem, que limita a busca por esta vertente profissional.
Atualmente, o território português produz maioritariamente azeite, cereais e vinhos, mas em valores mais baixos comparativamente aos anteriores à entrada de Portugal na UE.