Com 40% de caras novas no Parlamento, as eleições Legislativas de 2019 trouxeram deputados mais jovens, uma presença feminina mais acentuada e estreias nas bancadas parlamentares de três novos partidos políticos. A média de idades no Parlamento é de 48 anos e apenas o PAN e o CDS-PP elegeram mais mulheres do que homens, numa altura em que ainda faltam eleger os quatro deputados representantes dos emigrantes.
Há sangue novo na Assembleia da República, com um total de 94 novos deputados, contrastando com 132 repetentes. Desta feita, 41% dos lugares no Parlamento, estão ocupados por novos políticos. O PSD sob a liderança de Rui Rio foi completamente renovado em comparação com os deputados de 2015, com 44 novos deputados e apenas três repetentes. O PAN trouxe três caras novas, até porque passou de um para quatro deputados. O Livre, a Iniciativa Liberal e o Chega são as novas forças políticas presentes na Assembleia da República, com um deputado eleito cada. Já o CDS-PP mantém as mesmas cinco caras de há quatro anos.
No que diz respeita aos partidos do antigo governo, que neste momento está em reorganização, o PS estreia 35 novos elementos e mantém 71 caras antigas, sendo aliás o grande vencedor destas eleições, enquanto o Bloco de Esquerda apresenta seis novos e repete 13. A CDU dos 12 deputados, nove são repetentes e três são estreantes.
Um Parlamento com maior diversidade
A diversidade assente no novo Parlamento pode ser rapidamente justificada com o facto de nunca terem estado presentes tantos partidos políticos na Assembleia da República. Se há quatro anos o PAN foi a grande surpresa das Legislativas, em 2019 a Iniciativa Liberal, o Livre e o Chega fazem o número de partidos com representação na Assembleia chegar à dezena.
Também nunca na história da democracia em Portugal se verificou a presença de tantas deputadas no Parlamento nacional. Em 2015 estavam presentes 76 deputadas e este ano o número foi alargado para 86, embora ainda se identifique a presença dominante do homem com 144 deputados. No caso do PAN e no CDS verifica-se mesmo a superioridade do número de mulheres deputadas, com três mulheres deputadas em cada partido. Pela primeira vez registou-se também a eleição de três mulheres afrodescendentes, sendo elas Joacine Katar Moreira, representante do Livre, Beatriz Gomes Dias do BE e Romualda Fernandes, do PS.
No caso do PS e do Bloco de Esquerda, os socialistas têm hoje mais sete mulheres do que em 2015 e o BE mais cinco. A CDU perdeu duas deputadas, que é justificado pelo resultado mais bem conseguido das Legislativas deste fim de semana, onde perdeu lugares nas bancadas da Assembleia.
A média de idades no novo Parlamento fixa-se nos 48 anos de idade, o Chega e a Iniciativa Liberal os partidos com média de idades mais jovem, 36, sendo que cada um destes partidos apenas elegeu um deputado. Desta forma e tendo em conta os partidos políticos com algum volume na Assembleia da República, o PAN é claramente o partido mais jovem, com uma média de idades de 37 anos, um número bem inferior aos 49 anos de PS e PSD, aos 47 do CDS-PP, aos 45 da CDU e aos 42 do BE. No total há 10 deputados com menos de 30 anos no Parlamento nacional.
Sucedendo a Luís Monteiro, o mais jovem deputado de 2015, surge Miguel Costa Matos, do Partido Socialista, de apenas 25 anos. Desta feita Luís Monteiro do Bloco de Esquerda, torna-se no segundo mais novo no Parlamento, com 26 anos, depois de em 2015 ter sido eleito pela primeira vez, com apenas 22 anos. Eleito pelo círculo do Porto, Alexandre Quintanilha é o deputado mais velho, com 74 anos e a militar no PS.