Na JMM DEMOLIÇÕES o segredo é inovar e “acompanhar as mudanças do mercado”. A empresa trabalha, neste momento, nas áreas da construção e demolições, com principal especialização na remoção de materiais com amianto. “A urgência é grande e o processo de consciencialização está longe de estar concluído”.
“A rapidez e a competência são o que nos distingue”. É assim que Cristina Mendes, gestora do grupo, apresenta a JMM DEMOLIÇÕES, empresa com mais de 40 anos que se dedica, neste momento, “à construção, demolições, movimentos de terra e gestão de resíduos”.
A JMM DEMOLIÇÕES nasceu com o pai de Cristina e, na altura, “dedicava-se apenas à área da construção civil”. Depois “começaram a entrar os filhos e, durante a crise, ali a partir de 2007, começamos a expandir a área de negócio. Percebemos que devíamos explorar outras áreas, porque correndo mal naquela área púnhamos toda a empresa em risco”. Aliás, explica Cristina “os tempos mudaram mesmo. O meu pai, no início desta empresa, fez muitas obras onde colocou placas de fibrocimento nas coberturas, hoje em dia nós estamos a retirá-las”.
O crescimento da empresa foi-se fazendo sempre de forma sustentada. “Sempre que havia possibilidade de investir em máquinas que facilitassem o processo e que nos pudessem qualificar e distinguir de outras empresas, nós investíamos”. Para Cristina, o segredo está sempre em “executar as atividades da forma mais rápida e melhorada. O meu pai já tinha implementadas estas ideias, e foi-nos sempre passando isso”.
Hoje a JMM DEMOLIÇÕES já não se esgota na construção. “Tivemos de diversificar. A construção parou e nós partimos para as demolições”. Neste momento, este e um mercado em alta. “As cidades estão a renascer, para construir de novo em cima do antigo”.
Durante a crise, “a medo e num investimento controlado”, a empresa investiu “numa máquina que ainda hoje é única no país e que faz demolições a 40 metros de altura”. Esta tecnologia foi utilizada, por exemplo, nas conhecidas torres do Aleixo. “As torres foram desmontadas com essa máquina, que tem de facto umas dimensões extraordinárias”. Em particular as coberturas das torres do Aleixo “eram em fibrocimento e por isso começou por aí a demolição”, uma vez que esta é outra das atividades que a empresa desenvolve em grande escala. “Quando se levantou a questão de ser necessário remover o amianto, percebemos que era mais uma possibilidade para nós”.
José Patrocínio é o engenheiro técnico civil que faz o “acompanhamento de todos os trabalhos da JMM DEMOLIÇÕES, particularmente os que têm a ver com remoção de produtos que contêm amianto. Removemos sobretudo placas de fibrocimento, mas existem outros materiais com amianto presentes nos edifícios”. Além disso, explica José, a retirada do amianto está também a acontecer porque hoje já se concluiu que as placas de fibrocimento se traduzem em “problemas de isolamento térmicos graves”. No entanto, a consciencialização para os riscos que este material representa ainda não é geral. “Muitas casas particulares, anexos e galinheiros, têm essas placas nas coberturas. Aliás, as pessoas ainda nos perguntam se podem levar as placas que retiramos para fazerem pequenas obras em casa”. José acredita que “enquanto o Estado for atrasando o processo, também o particular não se sente na obrigação de o fazer”. Já as “empresas ou unidades fabris com projeção internacional mostram uma enorme preocupação em retirar todos esses materiais”, sob pena de “perdem logo mercado lá fora, porque a sensibilização é maior”.
Para levar a cabo este processo tão na ordem do dia, a JMM DEMOLIÇÕES investiu em “material adequado e formação” e defende que o “essencial é cumprir o que diz a legislação. O funcionário que vai fazer a retirada, para além de ter que ir devidamente equipado, tem de passar por um processo de descontaminação. Nós temos uma cabine de descontaminação, que compramos em Inglaterra, porque não existia sequer em Portugal. E asseguramos a formação dos funcionários nas tarefas especificas que cada um desenvolve”.
Atualmente no nosso país não é passada uma certificação às empresas que prestam estes serviços. Cristina concorda e explica. “Basta que as empresas cumpram as regras, entreguem o relatório no ACT e sigam o que está na lei. Quem solicita o trabalho também tem obrigação de exigir algumas coisas, como um relatório do processo ou medições da qualidade do ar, para evitar acusações futuras”. Também a questão do que acontece ao material depois de retirado tem de ser equacionada. “Temos de indicar à priori qual a entidade que vai receber o material, em que quantidade e, no final, trazer dessa entidade um documento a dizer que recebeu aquele material”.
Para Cristina, o processo de retirada do amianto em Portugal “não foi bem conduzido. Há muito tempo que sabíamos que tinham que ser tomadas medidas, mas não com este alarmismo. Sabia-se que o perigo existia, mas foi-se adiando. Quando rebentou o tema, choviam-nos telefonemas, mesmo de particulares. E as pessoas achavam que este era um processo simples e mais barato. Depois, quando se apercebiam, iam adiando. As coisas podiam ir-se fazendo com naturalidade, mas deixamos andar e agora estamos atrasados. Vai ser impossível cumprir o prazo que nos deram externamente para isto”.
Com um mercado que neste momento é maioritariamente o das demolições, a JMM DEMOLIÇÕES teve participação na demolição do emblemático edifício da Brasileira, na cidade do Porto. Cristina confessa que este tipo de obras a “fascinam” e “fazem olhar com outros olhos para um edifício e para o poder da engenharia”. Outras obras com participação da JMM DEMOLIÇÕES é o Hotel Liberdade 40, em Lisboa, no qual “se manteve a fachada exatamente igual onde demolimos o interior, em que cinco pisos eram subterrâneos e ainda escavamos mais 1. Uma grande obra de engenharia, sem dúvida. Até porque o edifício não está isolado. Existem outros ao lado e que continuam a trabalhar”. Estas obras, entre outras, caracterizam a JMM DEMOLIÇÕES e fazem com que “as pessoas confiem” no trabalho desenvolvido. “Já demos provas do que somos capazes. Ponderamos muito os processos e cada obra em particular. Tentamos sempre cumprir o prazo, ou terminar ainda antes do que estabelecemos. É sem duvida uma das nossas prioridades: rapidez e boa execução. Fazer a diferença”, avança Cristina.
“Uma obra que vai marcar para sempre” foi o “desmantelamento da ponte sobre o rio Trancão”. O processo implicava “tirar as peças inteiras, sem deixar que nada caísse para o rio”. José explica que foi um processo “muito complexo” e que “descobriram, em termos de construção à altura nomeadamente construção com ferro, algumas coisas que surpreenderam os engenheiros”.
Além das demolições, a JMM DEMOLIÇÕES está também envolvida em algumas obras de raiz, como é o caso “das instalações da cadeia de supermercados Mercadona” e recolhem, ainda, parte “dos entulhos das obras particulares. Há uma parte desse material que reciclamos na britadeira e que depois usamos em caminhos, por exemplo”.
A JMM DEMOLIÇÕES é PME líder desde 2009. “Todos os anos, desde há 10 anos. Este é um negócio sobretudo de família que nós temos tentado reinventar. O meu pai costumava dizer: eu quando comecei tinha que ter duas coisas, trabalho e vontade para o fazer. Mas isso hoje em dia não nos chega. É preciso uma montanha de papéis para mostrar ao cliente e assim podermos começar a trabalhar. Além da questão da orçamentação que é agora fundamental”. Cristina não tem dúvidas de que as coisas mudaram. “Nós temos a preocupação em diversificar, não só na construção como em outros setores”. O grupo já se lançou também na “produção de vinho e de mirtilos, por exemplo e mais recentemente no turismo”.
Outra das bandeiras que a JMM defende é a da sustentabilidade. Neste momento “já não chega preservarmos. É preciso limparmos o planeta”, afirma Cristina. Por agora a empresa já dispõe de quatro carros elétricos e pretende “alargar a frota. Ainda não estão a ser comercializados camiões elétricos, senão de certeza que já estaríamos a ir por aí”.