O restaurante Julinha, localizado no concelho da Trofa, é uma casa acolhedora, junta a rusticidade e as memórias ao conforto dos nossos dias. O restaurante tornou-se uma referência pela forma única como confeciona o bacalhau, mas nem só de bacalhau se faz a carta do Julinha.
A história do restaurante Julinha prolonga-se desde a década de 40 e não é por acaso que é hoje uma referência no norte do país. Há segredos que se mantêm intocáveis e outros que foram ganhando novas formas. Localizado na Trofa, os sabores do bacalhau à Julinha são únicos e com particularidades indecifráveis, talvez por isso, o restaurante se tenha tornado num destino de “peregrinação” obrigatória para todos os amantes desta iguaria.
Um ambiente vintage mas contemporâneo é a proposta do espaço. O teto alto de madeira realça a amplitude de um espaço confortável com uma decoração sóbria que acompanha todo o conceito do espaço. Entre aquelas quatro paredes existem tradições e histórias, algumas delas ilustradas em fotografias que marcam presenças de figuras portuguesas de referência.
Em tudo existe detalhe e rigor, ou não fosse o Julinha, a imagem do Chef, e também proprietário, Fernando Sá, um profissional de hotelaria habituado a estar atento aos pormenores.
Formado na escola de hotelaria de Santiago de Compostela, admite que a influência da sua mestria passa também pela cozinha espanhola, por isso mesmo, as tapas e carnes maturadas fazem já parte do cardápio há mais de três décadas.
Mas nem só da fusão luso-galega se fazem alguns dos segredos da cozinha do Julinha. Fernando Sá tem uma grande preocupação em manter a identidade que tornou o restaurante uma referência, mas claro, sem nunca descurar da inovação. E ainda que de muitos detalhes se faça a concretização da arte gastronómica, Fernando Sá sublinha aquele que é o mais importante e que se mantém na base do sucesso da casa: “o amor, a dedicação e o carinho que é colocado na comida”. Hoje é Elisa Cerqueira quem assume os segredos da cozinha do Julinha, igualmente dedicada e transpondo em todas as suas confeções, o amor e carinho que integram a identidade dos pratos do Julinha.
A elegância que acompanha a carta faz-se de descontração. É simultaneamente contemporânea e tradicional, mas com apontamentos que revelam um gosto mais elevado pela cozinha e por criações mais arrojadas. Nas entradas destacase o “pimento recheado com alheira e cebola confitada e que gratina com um bocado de queijo no forno, é de prova obrigatória”, destacou Fernando Sá. Também as pataniscas de bacalhau feitas de forma distinta se destacam nas entradas.
Nas refeições destaca-se, evidentemente, o bacalhau à Julinha. Pode-se dizer que é, na sua essência, uma abordagem única, um dos segredos está no produto, o bacalhau Jumbo oriundo da Ilhas Faroé. Para além do Bacalhau à Julinha e do cozido à portuguesa, sobressaem-se o polvo com gambas, o cabritinho do monte, a massa parola à carne espanhola, entre outros. Ao cardápio juntam-se as sugestões diárias, confecionadas mediante a frescura dos produtos.
A garrafeira é variada, de norte a sul de Portugal, há vinhos para todos os gostos embora nos últimos anos, os vinhos de produção própria, no Douro, sejam a principal referência. “É um vinho feito à nossa medida, e também ele feito com atenção, amor e carinho”, realçou Fernando Sá.
Para concluir, não se pode esquecer a sobremesa, as tartes de queijo com figo ou frutos vermelhos fazem as delícias de qualquer a um. A tudo isso soma-se um serviço de excelência, atento e rigoroso.