Atelier de Nolasco Raposo Arquitectos foi o responsável por uma moradia de grandes dimensões, com espaço para duas piscinas infinitas. Gabinete sediado no Carvoeiro tem ainda dez blocos de apartamentos turísticos em mãos.
Podíamos descrever a “moradia-dez-milhões” [alcunha criada agora], mas preferimos deixar a imagem falar por si. Só pela fotografia, que ocupa estas duas páginas, é que se percebe a magnitude deste projeto. Estamos a falar de uma “moradia que, em termos de dimensão, é mais parecida com um hotel”, segundo nos explicou o arquiteto Nolasco Raposo. Fica perto da praia dos Caneiros, em Ferragudo, concelho de Lagoa, portanto também tem uma localização privilegiada.
O projeto foi pedido por “um cliente privado alemão, sendo que a obra tinha de arrancar por uma questão burocrática do PDM (Plano Diretor Municipal), senão reduzia bastante a área”. Resultado? Com mil metros quadrados e uma cave com “600 e tal m2”, a propriedade está num terreno com dois hectares. Para algo poderosíssimo, só poderíamos ter algo idêntico fisicamente. E foi isso que o arquiteto fez.
“Fiz o projeto, acompanhei a obra. A casa foi vendida recentemente a um alemão. A parte exterior foi concebida pela Ecossistemas [empresa de arquitetura paisagista de Lagos, que é parceira do Atelier Nolasco Raposo Arquitectos]”, contou.
O que é certo é que tem uma vista fenomenal para o mar graças às paredes envidraçadas, tendo duas piscinas infinitas (em dois níveis diferentes, fazendo uma espécie de queda de água entre a de cima e a de baixo), e espaço no interior da sala “para pôr o protótipo do seu Aston Martin”. Sim, o carro desportivo de luxo do proprietário alemão está dentro de casa e não na garagem.
A vizinhança também tem o toque Nolasco Raposo. Seria de esperar outras moradias de traço arquitetónico moderno, mas não. “Há uma moradia por trás daquela, que é mais clássica, com a traça algarvia, tal como os clientes portugueses pediram.”, descreveu o arquiteto.
É que o atelier, sediado no Carvoeiro, concelho de Lagoa, é muito requisitado para fazer moradias, mas não impõe um só estilo a todos os clientes. “Tentamos ao máximo fugir às cópias uns dos outros. Temos de respeitar os quesitos do cliente. A casa não é para eu viver”, lembrou.
“Os clientes já trazem o conceito mais ou menos específico. Tentamos dar o nosso toque: espaço envidraçado, pés altos, espaços amplos, arquitetura contemporânea. Cada vez menos a moradia tradicional é pedida no Algarve e cada vez mais é a moderna que está no mercado”, prosseguiu.
O Atelier Nolasco Raposo Arquitectos faz projeto de arquitetura, execução e pós-management, com destaque para as moradias familiares. São eles os responsáveis por dez blocos de apartamentos turísticos que irão nascer na Quinta da Boa Nova, em Ferragudo. “Cada lote está edificado para 10/15 apartamentos. São dez lotes. Temos já seis aprovados e três prontos para começar. Em 2020 arrancamos com a construção. Em seis ou sete meses será para estar lá”, revelou.
Também é o atelier o responsável pela ampliação da Nobel – Escola Internacional do Algarve “que requer ginásios, salas de aulas e refeitório”.
Além do sócio-gerente Nolasco Raposo – que abriu o espaço em 2011 -, a equipa é formada pelos arquitetos Filipe Reis e Dafne Miranda Alves e trabalha em parceria com um arquiteto paisagístico da Ecossistemas ou da Algarve Landscape Architecture, “porque as pessoas querem sempre dois ou três orçamentos para decidir. Os clientes cada vez mais é que assumem esse custo de exterior.”
Como trabalham mais na zona do Carvoeiro, o cliente é maioritariamente estrangeiro: “inglês, alemão, holandês. O cliente final que quer uma moradia para uso pessoal”. E este tipo de cliente quer casas à beira-mar. “Como este é um sítio à beira-mar, cada vez há menos lotes disponíveis nessas características. Agora voltou outra vez à baila ter moradia com vista mar”, disse Nolasco Raposo.
Quanto aos materiais e fornecedores, há preferência pelos nacionais, até porque “estamos mais ou menos ao nível dos grandes fornecedores europeus”, no entanto há produtos internacionais a que ‘não consegue fugir’, como por exemplo as torneiras alemãs (Grohe) e italianas (Kludi).
Se o volume de trabalho aumentar, “aumentamos a equipa”, sendo que a prioridade para o futuro é – além de finalizar os projetos em mãos – apostar mais na tecnologia e adaptar aos tempos.