Considerando a evolução natural da humanidade, o sector da construção não é diferente que desde os seus primórdios tem o objectivo de criar abrigo ao ser humano. Na construção a evolução tecnológica tem-se acentuado, muito por culpa das exigências de conforto e novos desafios que se impõem nos mais diversificados campos.
Associando-se a esta evolução, surge também a preocupação de mitigação das alterações climáticas, como a de redução da produção de CO2, procurando-se minimizar os consumos energéticos, inicialmente na produção de materiais de construção, e posteriormente no necessário para garantir os níveis de conforto no interior dos edifícios, minimizando-se as necessidades de aquecimento e/ou arrefecimento.
O ponto de partida para se travar esta dependência dos recursos energéticos é na gestão e coordenação dos projetos e obras. Um dos meios que se deve considerar neste paradigma é a necessidade do acompanhamento técnico nas diversas fases de construção de um edifico desde o projeto sempre em busca das melhores soluções construtivas efetivando a coordenação dos diferentes intervenientes, quer posteriormente no decorrer da obra.
No decorrer das obras as exigências são cada vez maiores, havendo a necessidade de conciliar diversas tecnologias e sistemas construtivos. Embora tecnologicamente os processos de projeto tenham evoluído consideravelmente através da introdução da tecnologia BIM, permitindo a conciliação e compatibilização de cada especialidade no projeto, no entanto todo o processo necessita da intervenção da mão-de-obra humana. Cumulativamente a execução em obra depende também da mão-de-obra humana, logo todo este processo poderá ser passivo de erro.
Torna-se imprescindível a existência da monotorização constante do processo, sendo necessário a consciencialização de que cada empresa de construção esteja dotada tecnicamente de profissionais que efetuem a ponte entre o projeto e obra, interpretando os desenhos, os projetos e possa transmitir ao executante. Ter este tipo de atuação irá minimizar os recursos utilizados e evitar o conflito, que frequentemente surgem em obras de pequeno e médio porte.
Outro óbice é o facto de se iniciarem as obras sem projeto de execução ou os mesmos serem deficientes, não possuindo detalhe suficiente para a construção, conjugado com falta de capacidade técnica de alguns empreiteiros, e a procura pelo Dono de obra do preço mais baixo sem valorizar a qualidade. Em resultado origina erros em obra, que muitos dos intervenientes não querem assumir ou compreender, levando a derrapagens em prazos, quebra relações interpessoais, problemas estruturais que muitas vezes para corrigir leva a custos adicionais elevados ou até mesmo o produto final de baixa qualidade.
Posto isto, o acompanhamento técnico por profissionais qualificados é importante e necessário para que se consiga maximizar a qualidade do projeto e objeto construído. Este é o “fiscal” do projetista e do Dono de obra, ajudando o empreiteiro na maximização dos recursos e minimização eventuais desvios.
Existindo uma monitorização dos projetos e obras pelo responsável técnico é possível procurar a melhor solução a adotar a cada passo do processo e em caso do surgimento de “surpresas” os impactos poderão ser minimizados derivado há antecipação.
O tamanho e complexidade das obras não permitem que todas as situações estejam previstas e identificadas no projeto. Sendo importante a presença de um profissional com capacidade técnica, de modo a identificar e a entender a situação em campo, para que rapidamente dê o alerta à equipa projetista para solucionar os problemas encontrados. Com isso, evita-se atrasos, custos adicionais com repetição de trabalhos, reformulação de projetos, gastos energéticos, custos com pessoal, equipamentos parados, entre outros.
A importância do acompanhamento técnico, vai além da supervisão, coordenação, gestão técnica da obra, sendo também importante para:
- Compatibilização dos projetos com a construção;
• Participação de reuniões de acompanhamento e planeamento de trabalhos;
• Verificação de requisitos de Segurança do Trabalho;
• Procura de soluções em caso de imprevistos e/ou interferências;
• Autorização de possíveis mudanças no projeto;
• Emissão de relatórios periódicos de evolução das obras; - Acompanhamento do cronograma financeiro da obra;
- Autorizações/Licenciamentos.
É importante mencionar que de acordo com legislação em vigor, assistimos a um aligeirar da obrigação dos moldes a que os empreiteiros estão sujeitos para justificar a capacidade técnica da empresa e forma como fazem o acompanhamento técnico das obras, levando ás situações anteriormente descritas.
A presença de um Técnico habilitado, no domínio das técnicas, procedimentos e normas, que analisa e execute a conciliação dos projetos com caderno de encargos, plano de trabalhos, e promova a sequência das diversas fases de construção, irá promover a execução dos trabalhos com o inerente controlo de custos, gastos energéticos e preservando-se ainda a boa relação entre todos os intervenientes.
Em suma, consideramos que o custo associado perante os benefícios já elencados, afigura-se uma atitude responsável por quem quer um trabalho de qualidade e tecnicamente bem executado.