A Freguesia de Avenidas Novas é um lugar de referência na cidade de Lisboa, o que se deve à sua centralidade, ao importante património arquitetónico edificado e à presença de algumas das mais importantes instituições culturais da cidade, como são os casos da Fundação Calouste Gulbenkian e do Museu de Arte Moderna.
Nas Avenidas Novas estão ainda sediadas muitas das mais importantes empresas nacionais e internacionais, que dão à freguesia uma vitalidade económica assinalável, para a qual a restauração contribui de forma visível. É que alguns dos melhores restaurantes da cidade estão por aqui. Por tudo isto, as Avenidas Novas merecem a sua visita!
Do Património cultural às tradições gastronómicas, como podemos apresentar a Freguesia de Avenidas Novas?
A Freguesia de Avenidas Novas nasce da reforma administrativa de 2012. O facto de ter agregado alguns dos bairros de referência da cidade, como S. Sebastião da Pedreira e Nossa Senhora de Fátima, incorporou muito do edificado de referência de Lisboa, quer do ponto de vista histórico, quer do ponto de vista do valor arquitetónico. Aliás, neste momento, continua a ser feita arquitetura de referência, como é o caso do prolongamento do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian. Mas não é só: alguns dos melhores restaurantes de referência da cidade, em dimensão gastronómica e qualidade do serviço, continuam a existir e a nascer na freguesia…
O programa ‘Roteiro dos Sabores’ é uma aposta da dinamização económica e na valorização das tradições gastronómicas. Em que consiste?
O Roteiro dos Sabores vem na sequência desta constatação, da qualidade da oferta gastronómica existente na freguesia, e também da necessidade fundamental de cada vez mais consumirmos local. É assim que decidimos fazer este Roteiro de Sabores, para dar a conhecer o que muitos dos nossos comerciantes desta área têm para nos dar a saborear e a preços muito acessíveis.
A Freguesia de Avenidas Novas é praticamente um museu a céu aberto de arquitetura de Arte Nova. Quais as principais obras arquitetónicas a serem visitadas?
Desde a nossa sede, junto ao Campo Pequeno, muita arquitetura de referência, nacional e internacional, pode e deve ser usufruída… Nos finais do séc. XIX o arquiteto Ressano Garcia, regressado de Paris, fortemente influenciado pelos conceitos técnicos e estéticos, seguidos por Georges-Eugène Haussmann na renovação de Paris, desenhou uma estrutura urbanística de referência na cidade. Esta foi aproveitada por uma classe endinheirada para construir moradias familiares de estilo Arte Nova e Arte Deco, muito ao gosto da época, destacando-se os trabalhos do Arquiteto Norte Júnior, notável pela fértil e variada imaginação formal que imprimiu aos seus projetos. Em conjunto com essas peças notáveis, o tecido urbano das Avenidas Novas foi também ocupado com os chamados “prédios de rendimento”, com menos qualidade estética e construtiva, muitos dos quais foram abandonados pelos seus proprietários, encontrando-se uns quantos exemplares em risco de ruína, como acontece na Av. Elias Garcia. Mas também são edificados edifícios de traço moderno, como o Hotel Ritz, do arquiteto Pardal Monteiro e outros prédios que marcam a arquitetura da nossa freguesia.
Que esforços têm sido feitos pelo executivo para requalificar e preservar o património da Freguesia?
O Executivo tem estado sempre presente para a resolução de qualquer questão relativa ao património. Temos aliás tomado diversas ações de apoio às variadas instituições a funcionarem nestes edifícios de interesse público.
A presença da Fundação Gulbenkian é crucial para a dinamização cultural da freguesia, de Lisboa e também de Portugal. Como é a relação entre a instituição e a Junta de Freguesia?
A relação com esta instituição do maior interesse público é feita, diria eu, diariamente… O nosso departamento de cultura, além de tornar pública informação cultural da instituição, desenvolve alguns projetos no âmbito social com a Gulbenkian, como por exemplo, o projeto da disciplina de Relações Humanas da Psicóloga Clínica, Dra. Madelon Schamarella.
De que forma apoiam projetos do âmbito da cultura e das artes?
Foram muitos, e continuam a ser, os projetos de cultura de artes. Temos uma perspetiva abrangente do que é entendido por cultura e, com essa visão, temos apoiado diversos artistas da nossa freguesia que encontram nas nossas instalações o espaço ideal para promoverem o seu trabalho. Existe também um gabinete cultural que desenvolve e apoia muitas das atividades da nossa freguesia, em sintonia com a CML, naturalmente.
A digitalização dos eventos é, neste momento, crucial para a promoção cultural e social?
Com a pandemia é incontornável. Desde o primeiro momento que, nas redes sociais e outras plataformas de comunicação da Junta, a cultura está sempre presente. Temos trabalhado no sentido de encontrar muitas propostas para consumo na segurança e no conforto das nossas casas. Aliás, é um trabalho de pesquisa e de seleção que não para até hoje…
A quebra no sector do turismo é um claro desafio para toda a região de Lisboa e de Setúbal. Como pode ser recuperada a confiança dos ‘turistas’?
Os turistas continuam a chegar à nossa freguesia. Os muitos hotéis existentes na freguesia confirmam-no. Os diversos equipamentos culturais aqui existentes estão vivos e continuam a fazer o seu trabalho, assim como todas as estruturas comerciais que representam uma mais valia para os turistas que nos visitam…
Porque a história não vive apenas do passado, de que forma, continuam – atualmente – a fazer história?
Continuamos a fazer História. Todos os dias o executivo trabalha, no exercício das suas funções, para melhorar a vida de quem cá mora e de quem cá trabalha. Sempre com os olhos postos no futuro, mas sem esquecer a nossa História. Por isso o lema que temos e nos trouxe até aqui é “Estamos a construir um futuro com memória”.