Desde a sua criação, em 1942, até hoje, a Mútua dos Pescadores fez o seu caminho com os pés bem assentes na terra e os olhos no mar. Há 78 anos com o mar como horizonte, o mesmo mar de onde sempre se quer regressar, em segurança, e que tem orientado a sua história.
Assim foi quando em 1974, fruto do 25 de abril, deixa de ser uma Mútua a que os pescadores estavam obrigados a vincular-se, para passar a ser a Mútua de adesão voluntária.
Ou quando em 2000, numa lógica de alargamento e especialização, respondendo a necessidades objetivas nas comunidades ribeirinhas, passa da proteção dos pescadores e das suas embarcações, para a proteção de todas as atividades marítimas, não só do trabalho, mas também do lazer, da Náutica de Recreio e das diversas atividades Marítimo-turísticas.
Ou ainda em 2004, quando se transforma na 1.ª cooperativa de utentes de seguros portuguesa.
E finalmente, quando, seguindo sempre a linha da costa, estende a sua missão à proteção de todas as pessoas e dos seus bens, das suas habitações, de todas as atividades económicas, das associações, das entidades do setor público e do setor cooperativo e social.
Sempre Mútua e solidária com as suas comunidades, as de sempre e as mais recentes, que aprenderam a confiar nesta estrutura singular, focada na sua missão de proteger, de estar próxima dos setores de atividade e das pessoas que serve.
Uma organização tomada de uma consciência maior por pertencer a uma família de organizações em que as pessoas não são meios mas fins em si mesmas, em que os valores e princípios cooperativos não são apenas uma carta de princípios a que se deve obedecer, mas um modo de fazer que está no seu ADN.
E o seu grande segredo é estar ao lado das pessoas no momento certo. Ao longo da sua história apoiou os pescadores, suas famílias e organizações; desenvolveu e apoiou iniciativas no âmbito da segurança marítima um pouco por todo o país.
E hoje volta a estar na “linha da frente”, porque em tempos de pandemia as dificuldades foram (e continuam a ser) muitas para muitos. Enquanto garantia a segurança da organização para que nada faltasse, e para que todos pudessem cumprir em segurança as orientações da Direção Geral de Saúde, cuidou primeiro dos seus setores mais frágeis neste período – Pesca e atividades Marítimo-turísticas. E então, sabendo que ninguém poderia ficar para trás agilizou procedimentos e flexibilizou o pagamento de prémios com moratórias de prazos antes da Lei o exigir e para além do que a Lei passou a obrigar: adotou 90 dias de moratória, quando a Lei exige 60, e aplicou esta orientação para todos os seguros, quando a Lei exige apenas para os seguros obrigatórios.
Ontem como hoje a identidade solidária da Mútua dos Pescadores será o maior garante do futuro desta Cooperativa de Utentes de Seguros.