As escolas profissionais fazem este ano o seu 30º aniversário e ao longo destas três décadas, um estabelecimento de ensino que nunca deixou de surpreender foi a EPDRAC, Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão. Os cursos de gestão equina são a bandeira da instituição, mas com o objetivo de continuar a desafiar o futuro, o turismo surge como uma nova porta. Na direção de um futuro cada vez mais consolidado no ensino de excelência a diretora, Vera Tito, destacou o recente reconhecimento da certificação EQAVET.
O ensino é a base do futuro. Quais os principais desafios do ensino atualmente. Como é que o ensino se tem adaptado às novas tecnologias na EPDRAC.
O grande desafio do ensino hoje em dia é a necessidade constante de nos reinventarmos. Surgem novos desafios a cada momento e a sociedade vai mudando a um ritmo alucinante. Outro grande desafio são os alunos; os jovens estão diferentes e as vontades e formas de estar na vida são completamente distintas de há uns anos atrás, por isso “a escola”, às vezes, não consegue estar à altura dos seus interesses. É como referi no início, é tudo uma questão de mudança e adaptação.
O que mudou com a atribuição da certificação EQAVET?
A certificação EQAVET trouxe consigo, por um lado, um sentimento de dever cumprido e de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido ao longo dos anos. Mas também nos ajudou a perceber melhor os nossos pontos fracos e aquilo que necessitamos de melhorar/alterar. Foi um processo muito positivo e interessante que nos levou a parar para pensar o que somos e a analisar profundamente aquilo que fazemos.
Como adaptam o ensino às necessidades reais do mercado de trabalho da região.
O ensino na EPDRAC segue o contemplado nas propostas dos programas das várias disciplinas, no entanto valorizamos e adaptamo-nos às necessidades dos vários parceiros, muitas deles futuros empregadores. Para concretizar estes projetos são realizadas muitas aulas de campo que se revestem de um caráter eminentemente prático e técnico nas mais variadas vertentes: produção animal e vegetal.
Também a implementação/organização das várias atividades ou projetos desenvolvidos se revelam uma mais-valia, uma vez que o que se pretende é também a interação com o meio envolvente, numa verdadeira aproximação ao mundo laboral. Na organização destas atividades os alunos são as personagens principais, pois tudo é pensado para desenvolver nos jovens o saber-fazer necessário ao ingresso no mercado de trabalho, motivando-os para o sucesso, num constante ultrapassar dos limites de cada um, sensibilizando para a ideia de que se pode ir sempre mais além.
Como é que a escola tem contribuído para o desenvolvimento da região. Que tipo de protocolos têm estabelecido com as empresas da região.
A EPDRAC tem-se revelado um importante motor do desenvolvimento local e regional, não só porque os alunos estão maioritariamente deslocados das suas residências e durante 9 meses residem em Alter, como também são embaixadores lá fora daquilo que somos e fazemos na EPDRAC e em Alter.
As parcerias/protocolos que possuímos com empresários e instituições da região, do distrito e até a nível nacional revestem-se, por isso, de extrema relevância, pois proporcionam aos nossos alunos experiências diversificadas em diversas áreas dos ramos agrícola, pecuário, equino e do turismo, e que são, muitas vezes, a porta de entrada para o mercado de trabalho.