Estávamos a meio do século XX quando nasceu, no coração deTrás-os-Montes, a Cooperativa de Olivicultores de Valpaços. Foi no verão de 1951 que vinte e oito agricultores se juntaram para se dedicarem, essencialmente, à transformação da azeitona. Hoje conta com mais de 2200 associados e produz cerca de treze milhões de quilos de azeitona por ano. É daqui, destas suaves colinas rodeadas de montanhas altas, que sai o muito apreciado Azeite Rosmaninho.
Este azeite é produzido num local especial, exatamente pelas caraterísticas naturais que ali se encontram. Uma zona “abençoada pela natureza”, lê-se no site da Cooperativa. E percebe-se porquê, num ritmo próprio desta terra, onde o tempo parece passar mais devagar. É um perder de vista de oliveiras, num horizonte tranquilo, à medida que nos aproximamos de Valpaços.
A junção de um microclima e solo totalmente favoráveis, aliado ao grande cuidado no processo de produção dão ao Azeite Rosmaninho a certificação de Azeite Virgem EXTRA DOP. A denominação de Origem Protegida (DOP) deve-se à qualidade da zona demarcada onde é produzido. Por ser autêntico sumo puro de azeitona, com uma acidez inferior a 0,2%, adquire a categoria de Virgem Extra. Cada garrafa deste azeite leva um pouco de Trás-os-Montes, deste terroir único, às mesas de Portugal, Europa, Brasil ou Estados Unidos.Apesar do sucesso das últimas décadas, o início da vida desta Cooperativa de Valpaços não foi fácil. Os primeiros cinquenta anos foram passados em instalações mais modestas, o que dificultava a rentabilidade do trabalho e o controle de qualidade. A partir do ano 2000 tudo mudou com a passagem para as novas e modernas instalações. Hoje em dia, a cooperativa vende o Azeite Rosmaninho a clientes de pequena e grande distribuição. Um dos maiores objetivos é aumentar a exportação que, neste momento, representa cerca de 15% do total das vendas. Estas são as palavras do presidente Paulo Ribeiro, e acrescenta que o sucesso desta cooperativa também é fundamental para o crescimento do setor oleícola regional. As caraterísticas da região fazem do azeite “um dos melhores do mundo”, isto comprovado pelos prémios que, orgulhosamente, foram recebendo.
Mesmo com a situação económica em que vivemos, as perspetivas são muito positivas e estima-se um melhor ano comparativamente a 2021. Por trás deste sucesso está a solidez e força desta Cooperativa, mas é também devido ao apoio prestado aos seus associados. “O investimento tem sido fundamental no sucesso”, adianta Paulo Ribeiro, não descurando a importância das áreas de marketing e comercialização. Este ano “a Cooperativa manter-se-á sólida, sustentável e financeiramente equilibrada”, garante o Presidente. Quanto a um futuro próximo, a esperança reside no crescimento do reconhecimento deste azeite pelo seu valor, preço e qualidade. As melhores estratégias comerciais estão sempre na mente de Paulo Ribeiro, tal como os diferentes tipos de clientes e a relação estreita que com eles mantém. A Cooperativa junta olivicultores de Valpaços, claro, mas também dos concelhos vizinhos de Mirandela, Vinhais e Murça. As oliveiras deste maravilhoso nordeste transmontano teriam mil histórias para contar. Ouça-as em cada fio de Azeite Rosmaninho.