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AGOVI: O METAL AO SERVIÇO DA COMUNIDADE

Especializada em subcontratação industrial e na conceção e fabrico de equipamentos personalizados, a empresa bracarense conta já quase meio século de existência. Vera Morgado, responsável pela Direção de Pessoas e Finanças, e Sérgio Morgado, responsável pela Direção Operacional, ambos da segunda geração e filhos do fundador, Francisco Morgado, destacam valores como a resiliência, a inovação e o compromisso, que forjam o percurso da empresa.

Sediada em Braga, a Agovi é uma empresa que atua no setor metalomecânico, com uma sólida experiência no setor industrial, na prestação de serviços de torneamento e fresagem, soldadura, manutenção industrial. Desenvolve e fabrica máquinas e equipamentos para setores essenciais, como a energia, os resíduos e biorresíduos, os agronegócios e os transportes, com especial destaque para a construção naval. O metal ao serviço da comunidade é o lema deste negócio que, com uma força de trabalho comprometida, qualificada e experiente, coloca diariamente a experiência de quase meio século de existência ao serviço dos clientes.

“Ser sempre a primeira escolha” dos clientes e colaboradores é o principal propósito da Agovi.

PRODUÇÃO INDUSTRIAL SUSTENTÁVEL

Mesmo não sendo a Agovi, no espectro do setor metalúrgico e metalomecânico, uma empresa muito intensiva em energia, tem um foco muito grande na sustentabilidade. Vera Morgado vê com bons olhos que este tema esteja finalmente na ordem do dia, e as novas diretivas europeias de sustentabilidade como uma oportunidade, estando a empresa a preparar-se para divulgar o primeiro relatório integrado, antecipando a sua obrigatoriedade e eventuais exigências dos clientes internacionais, no âmbito da análise de materialidade e cadeias de abastecimento de valor.

“A sustentabilidade faz parte da nossa missão de várias décadas. O nosso foco não é trabalhar em série nem a produção em massa. Só compramos material para as encomendas. Reparamos sempre que possível, acrescentando vida útil aos equipamentos. Fabricamos equipamentos personalizados, tentando dar resposta às exatas necessidades dos nossos clientes, para que não comprem por comprar, mas exatamente aquilo que precisam”, explica Sérgio Morgado. “Exige muitas vezes falar com várias equipas e responsáveis, recolher opiniões sinceras, apresentar mais que uma opção, adaptar em função do feedback obtido… Requer muita empatia – e processar muita informação – mas acreditamos que chegamos a soluções e resultados muito melhores.”

“A Agovi é uma empresa com tradição, mas geradora de mudança e transformação.”

SER DURO COMO O AÇO

O espírito da empresa bracarense não se traduz unicamente no que produzem, mas sim, e sobretudo, no ambiente que se vive por dentro. Para conseguir dar uma resposta adequada às necessidades dos clientes, uma equipa experiente e motivada é fulcral. Algo que a Agovi garante através de um sistema de compensação e benefícios, formação contínua, atividades de grupo e novas tradições que vão incorporando, aliando a modernidade a uma empresa com décadas e num setor dito tradicional. Tratando-se de um setor de risco, dada a dimensão das peças que fabricam, os trabalhadores usufruem de um seguro de vida e doenças graves, protocolos de saúde e um seguro de saúde, benefícios pensados para responder às necessidades da profissão a longo prazo. Na aprendizagem contínua, destaca-se a comparticipação da educação dos filhos dos trabalhadores em idade até ao pré-escolar e na universidade. Garantir o envolvimento, satisfação e bem-estar dos colaboradores são uma prioridade na cultura da empresa.

IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA SOCIAL

“Somos malta da pesada: trabalhamos o ferro com mão e coração. Mas ser do metal é muita responsabilidade”, relata Vera Morgado. A juntar à responsabilidade técnica, surge a consciência social, que a Agovi assume com igual empenho. Cultivando uma forte ligação com a comunidade, a empresa tem promovido uma séria “operação de charme” à indústria e ao setor, na qual recebem visitas escolares na fábrica e todas as atividades organizadas são pensadas para divulgar o setor e as profissões associadas ao metal.

A Saúde é o tema central do seu programa de responsabilidade social corporativa interno, mas a Educação o externo. Neste sentido, participa em diversos projetos de inclusão social, como por exemplo a transformação do livro “A Loja dos Brinquedos – O Super poder da Diferença” numa peça de teatro protagonizada por jovens e adultos atores com deficiência intelectual, que está a ser dinamizada nas escolas com o objetivo de sensibilizar e educar para a diferença e as emoções, e para a qual a Agovi fabricou o Flupi, um boneco de ferro.

“Preservamos um legado, mas o futuro está nas nossas mãos. Queremos que a empresa perdure para além de nós.”

Por outro lado, a Agovi promove desde 2022 a iniciativa “Conversas como o Aço”. “Enquanto empresa, o nosso objetivo tem sido abordar temas importantes para o bem-estar e felicidade das nossas pessoas, para além das competências técnicas que a formação dá ou reforça. Nunca é demais relembrar a importância do equilíbrio entre a vida pessoal, familiar e profissional, e das competências sociais como ferramentas para uma vida melhor, para todos/as.” diz a responsável pela Direção de Pessoas e Finanças. Em várias edições, já foram realizadas sessões sobre saúde mental, financiamento e crédito ou a autoexpressão através das artes circenses, iniciativa realizada com o Equilibrium Social Circus. Estas sinergias entre a empresa e a comunidade impulsionam o desenvolvimento pessoal e a troca de experiências e aprendizagens fomenta a união dos #DurosComoOaço.

Na arte e cultura, a Agovi criou, em conjunto com os Humble Bee Studios – um estúdio de música que trabalha a inclusão através da arte – o seu jingle corporativo. Produzido unicamente com sons e ruídos da fábrica, o mote era transformar o barulho ensurdecedor em arte e o resultado é um ritmo contagiante, tal como o trabalho da própria equipa, e cumpriu o objetivo de demonstrar a primeira experiência num chão de fábrica.

A criatividade da equipa foi posta à prova no 46.o aniversário da empresa, com umas Conversas Como o Aço especiais: um Workshop de Lego Serious Play no Centro de Inovação Social de Braga, o Human Power Hub, do qual saíram inúmeras versões inspiradoras de uma fábrica do futuro.

TER O FUTURO NAS MÃOS

Ser uma empresa de referência no panorama industrial nacional acarreta muita responsabilidade, consistência e humildade. “Preservamos um legado, mas o futuro está nas nossas mãos. Queremos que a empresa perdure para além de nós”, assume Vera Morgado. “Quase 50 anos de vida é muita responsabilidade, mas não é um indicador decisivo de sucesso no futuro, pelo que estar em constante mudança e inovação é essencial”, acrescenta. A juntar à transição climática, com várias ações para redução da pegada carbónica, e à transição digital, com processos de digitalização e automatização, estão em curso dois processos de certificação que, quando concluídos, irão contribuir para a consolidação do posicionamento do negócio em vários segmentos e a entrada em novos mercados. A obtenção destas certificações está alinhada com a missão da Agovi em permanecer especializada e empenhada em levar a indústria ao próximo nível.

“Na Agovi a prioridade é dar uma resposta adequada às necessidades dos clientes”, e, ainda que gostem muito da azáfama do setor industrial, Sérgio Morgado reconhece que “tendo uma área de manutenção e reparação industrial, nem sempre é fácil lidar com todas as solicitações, mas é isso que nos distingue.” Em cima da mesa está o plano de expansão, uma vez que reforçar a equipa e a capacidade de produção é essencial para continuarem a crescer e serem capazes de dar uma resposta célere e adequada aos clientes. Isto, claro, mantendo o foco na produção sustentável e no combate ao desperdício de recursos, construindo estruturas mecânicas que perdurem no tempo.

“O nosso foco não é a produção em massa. Fabricamos equipamentos personalizados, tentando dar resposta às exatas necessidades dos nossos clientes.”

Apesar de o desenvolvimento ser um fator vital em qualquer empresa, a estabilidade é tanto ou mais imperativa. Portanto, a Agovi promete manter a especialização, mas também a diversificação do negócio, para não estar demasiado exposta somente a um setor de atividade, “como sucedeu outrora com a construção civil e as obras públicas”, recorda Sérgio Morgado.

“Em 46 anos já passamos por muito, mas orgulhamo-nos do caminho percorrido, mesmo dos períodos mais conturbados. As dificuldades dão-nos a oportunidade de honrar os nossos valores e escolher pelo que vale a pena lutar”, relembra. Com resiliência e ânimo, a empresa tem-se reinventado, focando em áreas de maior valor acrescentado e aprimorando ainda mais aquilo que sabem fazer melhor.

Assegurando que, como sempre, continuarão #DurosComoOaço, o principal propósito da Agovi Metalomecânica mantém-se inalterado, “ser sempre a primeira escolha” dos clientes e colaboradores. “A Agovi é uma empresa com tradição, mas geradora de mudança e transformação, pelo que o alinhamento com o nosso propósito e missão é o mais importante para construir o futuro”, conclui Vera Morgado.