Testemunha de um amor eterno entre o Rio Tâmega e a Serra da Cabreira, o Caminho Português de Santiago de Leon de Rosmithal, com uma extensão de cerca de 30 km no concelho de Cabeceiras de Basto, tem início na Ponte de Cavez, da freguesia do mesmo nome, classificada Monumento Nacional em 1910.
Este local poderá ser um ponto de paragem para se refrescar e relaxar nas águas cristalinas da sua praia fluvial, ou observar a imponente ponte sobre o rio Tâmega.
Depois dessa porta de entrada no nosso verde Minho, os caminheiros iniciam uma viagem ao longo do património histórico, cultural e natural dum território de transição entre Trás-os-Montes e o Minho, lugares onde, ao longo dos séculos, as gentes hospitaleiras de Cabeceiras de Basto souberam tirar desta terra fértil, o seu sustento, sempre em harmonia e respeito com uma Natureza ímpar.
Pelos caminhos outrora percorridos pelo Condestável Nuno Alvares Pereira e D. Leonor de Alvim de Pedraça, cada recanto do Caminho remete a tempos antigos, onde ainda se consegue encontrar lajeados que contam os amores e tradições ancestrais deste povo. Por “Ponte Velhas” sobre o rio e seus afluentes, antigos caminhos medievais ou ainda o Caminho Real, chegamos a “Varcodebonle”, antigo topónimo da vila de Arco de Baúlhe, que poderá ter acolhido Leon de Rosmithal numa das numerosas estalagens outrora existentes nesse lugar que conserva “Quelho” e “Rua” que permitiram aceder ao “Caneiro e, a outros lugares de Pedraça que, por sua vez, levaram à vila de Cabeceiras de Basto. Num despertar de memórias, surge a Joia do Barroco das Terras de Basto: o imponente Mosteiro de S. Miguel de Refojos. Do alto do seu singular zimbório, o Padroeiro S. Miguel Arcanjo, como que uma sentinela, sossega as almas mais impacientes, entregando ainda os viajantes à guarda do bravo e corajoso “Basto”. Acompanhados pela música das águas das ribeiras e do rio Peio, ora tumultuosas, ora sossegadas, o peregrino numa constante comunhão com a Natureza encontrará paz e serenidade na sinfonia perfeita do chilrear das aves e outros sons das espécies que poderá encontrar neste percurso.
No aproximar do sopé da Serra da Cabreira, deixando as freguesias de Painzela e Cabeceiras de Basto para trás, numa constante procura de si, poderá trilhar o caminho que percorriam os habitantes da freguesia de Bucos para chegarem aos seus moinhos ou ainda admirar o sábio e ancestral trabalho da lã pelas hábeis mãos das “Mulheres de Bucos”, na Casa da Lã. Perseguindo viagem, passando pela capela de Santa Maria em Casares, num piscar de olhos, chegará ao vizinho concelho de Vieira do Minho.