Ao atravessar Ribeira de Pena deparamo-nos com uma característica muito particular, a transição entre as regiões de Trás-os-Montes e Minho, apresentando um panorama muito próprio, dando ao peregrino a oportunidade de experienciar esta diversidade, não só de paisagens, mas de culturas e modos de vida.
É na serra do Alvão que o caminho dá entrada neste território. Descendo a serra, deparamo-nos com a aldeia da Póvoa onde o peregrino poderá descobrir a Necrópole da Póvoa, com as suas sepulturas medievais antropomórficas. O Alvão é o grande pano de fundo, com as suas impressionantes panorâmicas. Descendo da serra, seguimos, chegando a Cabriz. Esta aldeia, que outrora fora tão rica, apresenta uma série de impressionantes casas em pedra dos séculos XVII/XVIII. É aqui, também, que encontramos os restos de um castro, junto ao rio Póio, com a sua afamada cascata conhecida como Cai d’Alto.
E é precisamente este rio que nos acompanha na maioria do restante caminho pelo concelho. Seguindo em direção a Alvite, o peregrino poderá visitar a ponte medieval de Alvite, mesmo junto ao trajeto e subir ao miradouro da capela de Santa Bárbara, onde se disfruta de uma impressionante panorâmica, não só para parte do caminho já percorrido, com a serra como fundo, mas também para oeste, onde a vila de Cerva jaz no vale do rio Póio, antevendo o que se seguirá. A vila de Cerva, que vem referenciada nas Inquirições de 1220, recebeu foral de D. Manuel I, em 1514, e será um excelente
local para o peregrino não só descansar e recuperar forças nos seus fantásticos alojamentos e parques de acolhimento, como degustar a sua rica gastronomia onde a prova da posta maronesa, do cabrito e dos milhos acompanhados pelo vinho verde e o mel são obrigatórios neste local. Mas também descobrir o importante património que a vila esconde: O pelourinho de 1617, a Igreja de São Pedro, de origens medievais com os seus frescos e as várias casas abrasonadas. Também aqui em Cerva o peregrino poderá usufruir da fantástica praia fluvial, nos meses mais quentes.
Deixando Cerva para trás, o caminho segue para oeste, em direção ao Minho. Ainda próximo da vila, temos a zona conhecida como Casas Novas, onde os rios Póio e Lourêdo se juntam, e onde o peregrino pode visitar a presa e a azenha no rio Lourêdo e, pouco depois, o parque dos Cervinhas. Já na parte final do percurso, passamos pelas aldeias de Formoselos e Agunchos. Esta última com o seu incrível conjunto arquitetónico, testemunho da riqueza destas terras. Daqui, resta-nos chegar à fronteira com Cabeceiras de Basto, atravessando o Tâmega na Ponte de Cavez.