Cultura | Património

A história das mulheres por detrás do mito

“Míticas – As Mulheres da Odisseia” é a nova proposta da historiadora e classicista Emily Hauser. Nesta mais recente obra, o protagonismo é devolvido às figuras que moldaram um dos maiores escritos da Grécia Antiga, permitindo uma nova visão sobre o papel das mulheres na antiguidade clássica.

Durante séculos, a Odisseia de Homero foi lida como a epopeia de Ulisses, um dos maiores heróis da mitologia ocidental. Como mote para o segundo volume desta investigação, a autora propõe: “e se também lêssemos os feitos heroicos das mulheres?”

Com base nos textos originais, em novas descobertas arqueológicas e nos mais recentes estudos de ADN, Emily Hauser revela quem foram as mulheres da Odisseia, como Atena, Calipso, Nausícaa, Circe ou Penélope, entre outras figuras fundamentais da narrativa homérica. A verdade é que “não foram meras musas ou personagens secundárias, mas agentes históricos e simbólicos cuja tradição literária relegou para a margem das narrativas”, refere a editora, em comunicado de imprensa.

Combinando investigação académica e a escrita acessível de uma romancista, “Míticas – As Mulheres da Odisseia” reconstitui o Egeu da Idade do Bronze e apresenta uma interpretação inovadora dos épicos homéricos. Mais do que um exercício literário, a classicista desafia a forma como a História foi contada e questiona por que razão tantas vozes femininas permaneceram mitificadas.

A obra “é, simultaneamente, uma viagem fascinante pelo imaginário clássico, pelo nosso conhecimento do mundo antigo e uma reflexão contemporânea sobre a forma como escolhemos recordar o passado”.

Emily Hauser licenciou-se em Estudos Clássicos em Cambridge e doutorou-se na Universidade de Yale no mesmo âmbito de estudos. Foi Junior Fellow da Harvard Society of Fellows e é professora de História Clássica e Antiga na Universidade de Exeter. Colabora com muitas organizações e redes dedicadas aos Estudos de Receção Clássica e Mulheres nos Clássicos, incluindo o Women’s Classical Caucus, no Reino Unido e nos EUA, o Durham Centre for Classical Reception, o Institute for the Classical Tradition da Universidade de Boston, o Institute of Greece e o Centro de Receção Clássica da Universidade de Exeter