O cenário laboral global atravessa uma transformação profunda, acelerada principalmente por avanços tecnológicos e uma mudança significativa nas expectativas dos trabalhadores. Com base em relatórios recentes de consultoras e instituições de referência, estas são três estatísticas que definem as tendências para o futuro do trabalho.
A AUTOMAÇÃO VAI RECONFIGURAR QUASE UM QUARTO DOS EMPREGOS ATÉ 2027
De acordo com o relatório “Future of Jobs 2025”, do Fórum Económico Mundial (FEM), 23% dos empregos atuais sofrerá mudanças significativas até 2027. Este fenómeno não se traduz apenas na eliminação de funções rotineiras, mas também na criação de novas oportunidades laborais. Prevê-se a extinção de 83 milhões de postos de trabalho, sobretudo em funções administrativas e tarefas repetitivas, enquanto surgirão 69 milhões de novas vagas movimentadas por tecnologias como a inteligência artificial e a automação avançada. O saldo líquido dessas mudanças corresponde a cerca de 14 milhões de posições a menos, o que representa um desafio relevante para governos e empresas na adaptação a esta nova realidade.
PENSAMENTO ANALÍTICO ACIMA DE TUDO
A automatização de tarefas mecânicas sublinha a valorização crescente de competências cognitivas. O próprio relatório do FEM destaca o pensamento analítico como a capacidade mais requisitada, referida por 70% dos empregadores. É considerada uma condição essencial para lidar com a complexidade crescente do trabalho moderno. Criatividade e flexibilidade ocupam posições próximas, refletindo a necessidade de respostas rápidas em contextos voláteis e incertos.
GERAÇÕES MAIS NOVAS PROCURAM OUTRO EQUILÍBRIO
No que toca às gerações mais jovens, o estudo Deloitte Gen Z & Millennial Survey 2025 mostra que 61% da Geração Z considera crucial a flexibilidade no modelo de trabalho, com forte preferência por esquemas híbridos ou completamente remotos. Para estes jovens adultos, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é uma exigência clara, afetando diretamente a sua lealdade e produtividade nas organizações. As empresas que não conseguirem incorporar esta flexibilidade correm o risco de perder talentos emergentes.
Estes três indicadores configuram um quadro onde o trabalho, tal como o conhecemos, está em mutação. Mais do que simplificar o futuro com previsões otimistas ou alarmistas, estes números convidam a uma reflexão serena e prática sobre a capacidade de adaptação das empresas e dos próprios profissionais. A integração harmoniosa entre tecnologia e capacidades humanas será determinante para construir ambientes de trabalho sustentáveis e dinâmicos.