Opinião

Évora, Cidade de Cultura e de Hospitalidade – A Caminho do Futuro

Por José Manuel Santos, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e do Ribatejo e da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo

Sob o signo de Évora, Capital Europeia da Cultura 2027, a cidade alentejana posiciona-se hoje como um dos centros urbanos mais relevantes do interior do país e um importante polo de desenvolvimento turístico que este ano está a crescer em número de dormidas mais de 4%.

De facto, o efeito da realização da Capital Europeia da Cultura daqui a menos de dois anos abre novas e promissoras oportunidades para Évora, não só para fortalecer a sua imagem como destino de turismo cultural – junto de segmentos de procura internacionais qualificados – mas, principalmente, como propulsor de diversidades culturais e negócios, atraindo novos públicos, residentes, artistas e investidores, ligados à cultura, às artes, às indústrias criativas, à ciência e à inovação. Nesse caminho de afirmação, cumpre também assinalar o papel da Universidade de Évora e do PACT – Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, cujo trabalho no âmbito da inovação empresarial e cultural tem ainda um importante caminho a percorrer.

Outros dois novos investimentos com impacte no desenvolvimento da cidade e da região merecem uma referência especial. Em primeiro lugar, o Hospital Central do Alentejo, com o polo de saúde agregado, e em segundo, a nova linha ferroviária entre Évora e Elvas, que se espera entre em funcionamento regular no final de 2026. O novo hospital, para além das melhorias excecionais que trará aos cuidados de saúde, não só dos eborenses, mas também de uma larga maioria da população alentejana, terá ainda tudo a favor para se converter num importante polo de ensino ligado às ciências da saúde, isto sem esquecer o seu papel qualificador para o acolhimento turístico internacional.

Com o transporte de passageiros e a expectável paragem de um comboio que poderá atingir velocidades até 250 km/h, a cidade de Évora melhorará consideravelmente a partir de 2027 a sua conectividade a Espanha e à Europa. Tenho dito que a nova travessia ferroviária do Alentejo Central poderá desempenhar para a Região um papel equivalente à de um aeroporto internacional, tendo presente a crescente preferência de milhares de passageiros europeus por transportes mais sustentáveis e as restrições que serão impostas ao tráfego aéreo a partir de 2030, no quadro das metas de descarbonização da União Europeia. Para o turismo, a nova acessibilidade ferroviária induzirá ainda um novo fôlego e uma motivação suplementar nos agentes económicos da fileira, ajudando a relançar conjuntamente com a Capital Europeia da Cultura a indústria de hospitalidade e de lazer na cidade e na Região.