O Turismo é reconhecidamente um dos principais impulsionadores da economia portuguesa, sendo uma atividade que deve ser acarinhada, devidamente potenciada e valorizada. Conscientes de que o Turismo necessita constantemente de se reinventar, evoluir, sem perder autenticidade, reconhece-se no património um precioso fator de projeção turística dos territórios.
Num país culturalmente tão rico e diverso como é Portugal, o património é um dos seus recursos endógenos mais importantes. O património espelha a evolução das sociedades, os desejos e necessidades dos tempos. As arquiteturas, integradas na envolvente, assim como o património imaterial, determinam a apetência turística de um lugar e impulsionam a valorização da oferta e de fruição dos territórios. Assim, este património, material e/ou imaterial, deve ser encarado como um domínio estratégico, que deve ser protegido, preservado assim como conhecido, visitado e disfrutado por todos. Acresce que o Turismo baseado no património é um turismo mais sustentável e inovador, que potencia os ativos endógenos, autênticos e dispersos no território, mais enraizados nas comunidades locais, e em regiões menos exploradas turisticamente. Nesta relação entre o património e o turismo, é necessário compreender o objeto (ou o lugar) e o seu contexto, interpretar o recurso e divulgá-lo de forma integrada, permitindo ao turista conhecer o país e a forma com o homem ao longo dos tempos construiu o território, até às suas manifestações contemporâneas. Dito isto, é forte a cumplicidade entre o turismo e o património.
No entanto, o potencial desta relação é, em muitos casos, subaproveitado. Mesmo quando o património se encontra acessível à visitação, ela não acontece com a frequência que se pretende, ou por desconhecimento, ou porque aquela não proporciona experiências atrativas. Por estes motivos, é fundamental que surjam iniciativas que permitam não só preservar e reabilitar o património existente, como que permitam redefinir o antes, o durante e o depois da visita ao mesmo, abrindo a porta a uma série de novas formas de interação com o turista, permitindo experiências mais significativas, mais pessoais, mais complexas e emocionais. Ao permitir experiências mais envolventes, estimularemos a curiosidade e o envolvimento dos cidadãos, capturando a atenção e a imaginação dos mais jovens, inspirando a sua admiração e apreço pelo acervo patrimonial português.
Por outro lado, o turismo tem um papel fundamental na recuperação, requalificação e valorização do património. No caso do património construído, em muitos casos, estes espaços ficam entregues ao abandono e à degradação, não sendo economicamente viável a sua manutenção e/recuperação. A fruição turística é um dos caminhos que permite dar uma nova vida a estes espaços, permitindo a sua preservação e manutenção.
O património faz parte da nossa identidade, cultura e paisagem. É um recurso endógeno, autêntico, que o Turismo ajuda a valorizar, a favor do desenvolvimento de regiões e comunidades, apoiando a dinamização de novos negócios (transportes, artesanato, artes e ofícios, produtos regionais, gastronomia, animação, etc.) contribuindo assim para a coesão económica e social.
Desta cumplicidade entre o turismo e o património resultará um turismo com mais valor, e um património mais valorizado e com maior probabilidade de preservação, garantindo-se que chega às gerações futuras.